Sei lá e pans

O título diz tudo.

Uma coisa bem comum nos filmes que assistimos no #monsterdon é a trilha sonora anticlimática. É muito estranho estar assistindo um filme que, supostamente, deveria nos dar medo, com uma animada fanfarra já rolando nos seus créditos iniciais. Não que isso não possa acontecer, claro! Deve ter acontecido, mas me parece que hoje em dia isso é feito melhor, a gente fica mais tenso desde o inicio do filme, já ficamos no “clima” por assim dizer.

“Grizzly, a força assassina” (Grizzly, 1976) é mais um exemplo dessa estranha predileção desses cineastas de terror de segunda categoria. Neste filme, temos um alegre parque, tipo reserva natural tipicamente americano, onde as pessoas vão acampar entre as montanhas e florestas de pinheiros e, claro, onde tantos filmes de terror começam. O filme é um claro reaproveitamento da ideia de “Tubarão” (que admito, não sei se é original), mas mudando de bicho e local.

Cartaz do filme

Para não perder o costume, aqui vai o costumeiro aviso de SPOILERS a frente.


Agora você não me escapa

Logo no inicio do filme, temos duas garotas acampando no parque que são atacadas, em plena luz do dia pelo nosso peludo protagonista, um urso pardo de quase 5 metros e meio de altura e quase uma tonelada de peso, segundo a sinopse do filme. infelizmente nesse momento não vemos nosso estimado caniforme. Mas pelo menos temos a “urso-visão” como eu batizei em que podemos ter o ponto de vista do ursão. Pelos sons que ele faz, certamente uma bela sinusite eve tê-lo deixado assim para ele resolver curtir atacar os campistas por ali.

gostaria de ouvir a palavra do Urso do céu
* “Veja se estou com bafo, por favor.” *

Com esse ataque somos apresentados ao time de heróis locais, os guardas florestais liderados por Michael Kelly, nosso fumante protagonista. Alias, nesses filmes dos anos 70 sempre me surpreendem pela quantidade de cigarros e bebida que os personagens consomem. Não sou um membro dos rosacruzes para pregar, mas acho que isso é um sinal dos tempos de como essas coisas hoje em dia são vistas com outros olhos. Também temos o piloto de helicóptero Don e o naturalista Arthur. Havia uma fotografa que devia ser o interesse romântico de Kelly, mas ela desaparece do filme da metade pro final, algo razoavelmente típico e misógino desses filmes. E já que estamos no assunto, também não temos nenhum preto ou qualquer outra etnia. E isso porque logo no inicio do filme Don avisa que aquela é uma área de nativo-americanos.Nesse sentido o filme é 100% WASP

O filme também tem citações memoráveis (só que não). em certo ponto, uma criança é atacada e perde parte da perna. Ao ser resgata, alguém pergunta a Kelly, o chefe da guarda florestal se a vítima está bem e ele responde “a parte dela que sobreviveu, sim”

sobrevivi e morri
Eu sobrevivi a um ataque de urso para morrer na cena seguinte. De um novo ataque de urso

Bom, finalmente depois de deixar algumas vítimas pelo caminho, incluindo o naturalista amigo de Kelly, escapar de caçadores e “derrubar” um helicóptero (o.k., o helicóptero estava no chão, mas ele atacou e inutilizou o helicóptero, aparentemente) nosso querido primo do Ursinho Puf é desintegrado com um tiro de RPG (uma espécie de bazuca, para os leigos) em um típico final apressado destes filmes.

RPG
Tenho quase certeza que essa não é uma forma adequada de se manusear uma arma de fogo

O.k., esse é fim desse suposto tubarão que se passa na floresta. Não contente, o filme depois gerou uma continuação chamada “Grizzly 2: Revenge” de 1983 com um elenco premiado, incluindo George Clooney, Laura Dern, Charlie Sheen e John Rhys-Davies. Com certeza não foram lançados ao estrelato por conta desse filme.

Pontos positivos

  • O filme não enrola muito, logo o urso ataca!
  • Aproveitaram bastante o aluguel do helicóptero. É sempre bom ver um dinheiro bem-investido nessas produções.
  • visão-urso compensa a demora em aparecer.

Pontos negativos

  • o pobre urso arfa como um asmático
  • o interesse romântico do protagonista “some” da metade pro fim
  • bazucar o urso foi sacanagem

Serviço

Disponível em inglês no youtube de forma gratuita.

Grizzly tem 45% no tomatômetro e 32% no pipocometro do Rotten Tomatoes

#monsterdon #grizzly1976 #opiniao #filme #terror #urso

Depois de um looongo inverno, pelo menos se você está, como eu, no hemisfério sul, estou aqui de volta soltando algumas idéias soltas nesse blog, junto com um excesso de virgulas que me é peculiar.

O motivo da pausa, a quem possa interessar foi para repensar o uso dessa ferramenta. Gosto do writefreely, mas a versão gratuita é bem limitada, e no momento não me vejo propenso a pagar. Gostaria é de ter meu próprio domínio, e hospedar um writefreely diretamente lá. Enquanto não rola, vou voltar a postar por aqui.

De volta ao post, embora o título deste possa ser muito auspicioso para alguns, não falarei do filósofo, economista, teórico político, revolucinário socialista entre outros títulos atribuidos a este mais famoso. Falarei de outro Marx, o ator e comediante estadunidense Groucho Marx.

Recentemente me peguei novamente lendo sua autobiografia. É um hábito pegar para reler nos ultimos, sei lá, 20 ou 30 anos, mais ou menos. É uma leitura segura que normalmente uso para “tirar o bode” dos aborrecimentos e ansiedades diárias.

Comecei ~pirateando~ lendo uma edição que apossei de meu irmão mais velho, quando ele saiu de casa. Não me lembro bem como me deu a curiosidade de lê-lo, mas acho que foi por conta de um livro de citações que eu ganhei, e que tinham várias citações dele que me faziam rir, como “Eu nunca faria parte de um clube que me aceitasse como sócio” ou “Eu nunca esqueço um rosto, mas no seu caso, vou fazer uma exceção.”. Depois de uns anos tomei vergonha na cara e adquiri a minha propria edição de um sebo via internet.

capa do livro
Felizmente minha edição está um pouco menos sofrida que essa

Sua autobiografia é divertida, mas com o tempo e a maturidade, fui lendo melhor alguns vernizes que o tornam um típico home do seu tempo. É importante levar em conta que o autor nasceu em 1890, e já tinha uma carreira teatral antes da primeira guerra mundial. Ele e seus irmãos já eram grandes astros da TV e cinema na altura da segunda guerra mundial. Como tanto, temos durante o livro, além de ótimas e engraçadissimas histórias pessoais e do show business muita misoginia, como no trecho em que ele conta sair com uma garota após o fim do seu primeiro casamento, tratando-a como tola por deixar a mãe aparecer a ele como um pretendentente “Uma garota esperta que deseja se casar normalmente é matreira o bastante para esconder sua velha mãe até que tenha tido tempo de arrancar um Buick e um anel de noivado de sua pretendida vítima”. Claro, se você já assitiu algum filme dos irmão marx essa misoginia fica evidente, como em Diabo a Quatro (Duck Soup) seus ataques a personagem de Margaret Dumont quase sempre toma a forma de um ataque em seu status como mulher.

Mas como disse, ele é um personagem de sua época, e embora isso não justifique nada, ajuda a entender o contexto em que ele estava inserido. É um livro divertido, com diversas histórias que até hoje me arrancam risadas quando estou lendo, ainda que eu tenha ficado mais crítico a estes comportamentos que estão escritos ali e que antes eu não identificava.

Também é notavel nessa autobiografia a ausência de maiores informações sobre sua vida pessoal familiar. Quer dizer, sobre a família “pais e irmãos” até temos bastante informação. Sobre seus casamentos e filhos e que a coisa é bem escassa. Há uma citação a seu filho mais velho, Arthur durante o livro e um capítulo inteiro dedicado a Melinda, sua filha mais nova, já de outro casamento, de resto ficamos com histórias sobre apresentações, filmes, rádio e TV e sobre algumas das estrelas com qual ele topou nos ditos “anos dourados” de Hollywood.

Ainda assim, recomendo bastante, mesmo com essa ressalvas. É um personagem importantíssimo e que até hoje influencia muito da comédia que é produzida, talvez tanto como Chaplin, ainda que não seja tão reconhecido mundialmente, sua rapida metralhadora de palavras deve ter sido alguma influência para uma série como “Gilmore Girls” incluindo ali todas as referências obscuras.

Em tempo, enquanto me perturbava digitando essas palavras, descobri que há uma biografia recente, de 2016 por Lee Siegel, chamada “Groucho Marx, the comedy of existence” que pretendo conseguir ler um dia.

#comedia #autobiografia #grouchomarx

Como de costume, as votações para o Monsterdon nos levam muitas vezes a filmes extremamente obscuros. Qualquer dia vou propor um filme do Afonso Brazza ou do Zé do Caixão para esse pessoal.

Entretanto, não foi dessa vez ainda, e assistimos a um genérico monstro do pântano em “Bog” de 1979. Um filme de horror independente, com uma qualidade de VHS do inicio dos anos 80

Cartaz do filme

A premissa do filme é muito simples. Durante uma pescaria com dinamite(!) uma criatura da era glacial e despertada e passa a aterrorizar um lago. A partir daqui seguimos para o inevitável aviso de —–===SPOILERS===—- O filme começa a partir dessa premissa incrível, com o nosso indômito pescador sendo derrubado do barco, enquanto algo corre na floresta.

pescando com dinamite
Ah sim, nada como dinamitar o lago

Depois somos jogados para tomadas aéreas que parecem de arquivo mostrando pessoas se divertindo no lago, casas, etc, até nos focarmos numa velhíssima station wagon toda equipada cruzando as estradas cheia de mato para todo o lado, enquanto toca “Walk with me”.

Finalmente a canção e a as imagens acabam e somos introduzidos a dois casais de meia idade extremamente irritantes que saltam do carro e encontram o barco abandonado com dinamite. Os maridos “espertões” decidem tomar o carro e montam acampamento.

duas mulheres conversando
As esposas.

Obviamente, a partir daí começam os ataques de uma estranha criatura, que deixa suas vítimas completamente sem sangue e ataca especialmente mulheres. Logo a polícia entro ano caso e somos introduzidos ao que pode ser considerado o trio principal de protagonistas, o Xerife, Dr Brad que parece ser algo como um prefeito e sua esposa, a legista Ginny. Ao contrário do que ficaríamos acostumados, especialmente em filmes slashers dos anos 80 e 90, aqui não temos os famosos adolescentes transantes na floresta enquanto são caçados e mortos um a um. Não, se tem uma coisa que podemos dar o braço a torcer nesse filme é que não há etarismo. Não sei dizer se nessa época são pessoas pareciam mais velhas do que realmente eram, mas grande parte d elenco parece estar na casa ali dos 50 anos de idade. Amigos do diretor? Atores nessa idade eram mais baratos? Vai saber.

casal
“Droga Brad, eu sou legista, não atriz!”

Bom, o filme continua se desenrolando, com os viúvos das primeiras vítimas, os dois manés do inicio do filme exigindo que a polícia faça algo. O Xerife todo orgulhoso manda enviarem explosivo plástico para o lago e dá o caso como resolvido. Ledo engano, logo ele ouve tiros, e os dois manés são as mais novas vítimas, junto com um dos policiais. Enquanto isso, por alguma razão entramos num interlúdio romântico entre o nosso casal de protagonistas de meia idade, Dr Brad e Dra Ginny. Felizmente não precisamos vê-los chegar nas vias de fato

boston medical group “O Boston Medical Group pode ajuda-los”

No meio dessa toada, aparecem dois mergulhadores, amigos do Xerife que se propõe a mergulhar no lago para ver se encontram algo. Eles encontram uma coisa que parece ser um monte de bolhas feitas de garrafa pet com algumas algas, mas são rapidamente atacados pelo monstro e pela trilha sonora, com uma fanfarra bem genérica para esse tipo de filme.

Rapidamente, nosso par de cientistas descobrem que se tratam de ovos da criatura e resolvem chamar mais um amigo cientista para vir dar uma olhada. Enquanto isso a criatura invade o laboratório na calada da noite para recuperar seus “bebês”.

A poluição vai acabar com esse lago
Ovos da criatura? Poluição?

Bom, nosso audacioso casal de cientistas, com o apoio de populares enfurecidos desenvolve um plano para capturar a criatura espalhando um cheiro similar a sangue na floresta. Funciona, mas o Xerife resolve dar uma de caubói e acaba morto pela criatura. Uma estranha eremita que vivia perto do lago tenta alertar a criatura da armadilha, mas é morta pela polícia, num claro excesso de violência policial. Enfim, a criatura é capturada por conta de alguma substância química similar a espuma desenvolvida pelo nosso casal de gênios. Finalmente podemos ver alguma coisa da criatura, que é capturada com vida.

monstro espumado
Nosso monstro pantanoso, num belo banho de espuma

Com achegada de mais um cientista-piloto (afinal, chega de hidroavião) nosso grupo formula a louca teoria de que a criatura havia inoculado a eremita da floresta para, de alguma forma “compatibilizar fluídos corporais” (parece cantada barata) e se reproduzir. Infelizmente o filme só para quando a criatura morre! Eventualmente ela escapa e captura Ginny, possivelmente para arrumar uma nova esposa de monstrinhos.

ginni
“Qualé Ginny, venha conversar...”

Mas ela é salva pelos nossos não tão jovens cientistas quando era levada ao pântano pela criatura, que é morta quando um dos policiais choca sua viatura coma criatura e essa começa a pegar fogo. Aparentemente, monstros do pântano são altamente inflamáveis quando sofrem uma colisão.

Tudo resolvido, mas no fundo do lago restam os ovos da criatura, e somos provocados com um “the end?”. Felizmente, isso parece ficar só na provocação e não temos um “Bog 2' ou “O Retorno de Bog”

Pontos positivos

  • é um filme mais bem movimentado. O monstro ataca bastante.
  • Temos um filme inclusivo no sentido etário da coisa. No sentido racial temos um ator negro apenas e que morre rapidamente.
  • A criatura tem uma bela sonorização

Pontos negativos

  • A qualidade do filme em si é sofrível, não sei se pela qualidade da cópia que assisti ou se pelos equipamentos que filmaram.
  • as atuações (se é que podem ser classificadas assim) são sofríveis, junto com diálogos deprimentes

Serviço

Eu peguei uma cópia que “caiu do caminhão”, mas segundo o Just Watch pode ser assistido no Prime Vide.

Bog tem 14% no pipocômetro do Rotten Tomatoes

#monsterdon #opiniao #filme #bog #bog1979 #terror #horror #monstro #pantano

Antes de me tornar pai pela primeira vez me lembro muito de julgar outras pessoas com filhos. Lembro de como fiquei horrorizado a primeira vez em que vi uma criança usando aquela espécie de “coleira-colete” com uma guia para o pai, ou de pais alegremente conversando enquanto a babá, mais atrás empurrava o carrinho com a criança, como se não fosse incomodar. Várias coisas desse tipo ainda me incomodam hoje em dia, mas mantenho minhas críticas entre eu e minha esposa. A verdade é que, depois que nossa primeira cria nasceu, sentimos que cada um sabe o que é melhor para os seus, independente da minha opinião. (O que claro, não invalida a opinião que compartilho com meu irmão de que as pessoas deveriam fazer curso e prova para se tornar pais e mães, muito similar a tirar uma carteira de habilitação).

Nada mais clichê para um blog do que usar o batido ditado “cada um sabe onde o calo aperta” ou algo assim.

Com o uso de ferramentas digitais, não é muito diferente. Claro, o tempo mudou muita coisa. Minha primeira experiência com computador em casa foi com o nosso saudoso Gradiente Expert, lá pelos meados da década de 80. Um computador pessoal compatível com o padrão MSX do qual me arrependo amargamente de termos vendido.

Comparativamente, hoje em dia temos a coisa bem mais fácil de acessar. Crianças tem contato logono inicio com os celulares dos pais, com uma curiosidade imensa de ver fotos ou outras pessoas por videoconferência, e logo ficam tão vidradas naquela lamina de plástico, metal e vidro quanto seus progenitores. E aí começamos a ceder para ter um pouco de 'sossego'. Normalmente a coisa começa em Galinha Pintadinha e Bitta, e depois evoluem para “drogas' mais pesadas, como Peppa, ou até mesmo algum youtuber, ou até vários se você tiver menos sorte (como eu).

E com isso vieram várias obras em todosos gostos e sabores sobre os malefícios do uso de telas. Eu pessoalmente li “A Fabrica de Cretinos Digitais” do francês Michel Desmurget que foi razoavelmente assustadora para mim, embora não concorde com os autores em todos os pontos.

O importante é que precisava de uma ferramenta para regular não só do tempo gasto, mas garantir que tivessem, pelo menos, acesso a um conteúdo mínimamente adequado a suas idades, ainda que isso implicasse em delegar essa definição de adequação a terceiros. Foi ai que começamos a pesquisar sobre ferramentas de controle parental. Talvez o nome pareça estranho se nunca tiver topado com ele, mas nada mais é do que uma ferramenta que permite aos pais algum controle sobre os dispositivos dos filhos, supondo que estes tenham um.

Como um partidário do software livre, logo procurei no alternativeto.net algo em software livre que pudesse atender minha demanda para nossos pequenos usuários de android aqui em casa. Não foi uma pesquisa muito feliz. Existem poucas alterantivas adequadas. A maioria faz algum controle de tempo, mas coisas puco eficazes. Muito a contragosto, me rendi a “gratuidade” da BigTech e passamos a usar o Family Link, parte da solução do google para controlar contas infantis. ainda que não seja tão poderoso e granular em seus controles quanto soluções de outras empresas mais especializadas no ramo como o Qustodio e o Karspersy safe kids era o que tinhamos de melhor e mais nativo ao uso que eles faziam.

telas do family link
Diversas telas do family link

O sistema é relativamente simples. Após criadas contas google para as crianças ( o que não deixa de ser temeroso, saber que desde a mais tenra infância uma das bigtechs já consegue farejar o rastro digital de meus filhos), basta criar um grupo familiar, e separar em contas de pais e filhos. Nesse sentido, a cosia fica interessante, já que os pais podem dividir entre si e atender as necessidades de alguma configuração ou (normalmente) liberação de tempo ou instalação de algum software pelo seu aplicativo de pais. No dispositivo das crianças, e instalado talbém o software, que se engarrega de “impor” as configurações feitas para os seus dispositivos.

No android e chromebooks, é um sistema eficiente, você pode definir o tempo de uso, se a criança pode instalar de forma autonoma algum app no aparelho, pode segmentar o tempo por aplicação, verificar em que local o aparelho se encontra (supondo que o mesmo tenha o GPS ativado e tenha um chip de dados ou pelo menos conectado a um wi-fi), fazer o aparelho “apitar” (muito útil quando eles não sabem onde está, ou seja, quase sempre) e filtrar alguns tipos de conteúdos do próprio google, como youtube, acesso a sites e algumas regras de busca. Em comparação a aplicativos mais competentemente voltados para esse fim, não temos aqui uma regulação do que está sendo acessado dentro de um aplicativo específico, por exemplo, whatsapp, tiktok, instagram ou algo assim, mas para o básico, ele dá conta.

Infelizmente, no caso de controle parental no computador, usamos Linux aqui em casa, então o Family link no máximo regula alguma coisa ali dentro do navegador google Chrome. Para este caso de uso em específico, ainda estou em busca de uma ferramenta que me atenda, já que as que encontrei até agora, no máximo controlam tempo de uso e nem sempre funcionam tão bem.

#seguranca #paternidade #controleparental #filhos

o #monsterdon nos leva a filmes esquisitos de vez enquando. A ultima produção que assistimos foi a coisa mais pretensiosamente cult que tivemos o “prazer” de assistir.

Normalmente, nosso sofrimento autoimpigido é recompensado pelo divertida troca de mensagens que fazemos enquanto o filme se desenrola. Esse ultimo, entretanto foi difícil até fazer graça, não que fosse ruim. filmes ruins podem ser divertidos. Não que fosse bom também (muito pelo contrário), mas talvez porque o filme tenha tentado ser muito mais do que realmente é. A engenhosa obra a que me refiro aqui é “Drácula contra Frankenstein” cuja a curta sinopse no IMDB foi um aviso do que vinha a seguir. Vamos ao velho aviso de —==SPOILERS==— embora eu não recomendo que você se sujeite a esse filme.

Cartaz do filme

Esta produção ibero-franco-luso-liechtensteinense (admito, procurei na wikipedia) se inicia numa sequencia de imagens de uma pequena vila em algum interior europeu. Na versão que assisti, os créditos estavam em francês e o título era algo como “Drácula prisioneiro de Frankenstein”. A partir daí somos “brindados” com cenas brumosas de um castelo. Daí pulamos para o interior de um bar/taverna fechado, onde uma moça passa por dentro do local, seguido pelo o que se supõe ser o ruído de morcegos, dado que a câmera filma o que provavelmente era um morcego de borracha batendo contra uma janela. Daí temos um festival de cenas entrecortadas. Temos um gato preto arrepiado, cão latindo, pássaros voando numa cena noturna extremamente ensolarada, cavalos nervosos e uma sequencia de zooms enervantes que vai dando a tônica para o resto do filme. A impressão logo no inicio é que é um projeto final do curso de cinema em que o aluno certamente terá de refazer seu projeto final.

Querida, cheguei!
Querida, cheguei!

ai temos um rápido vislumbre do Drácula da vez, já prevendo que a mocinha que se desnuda na tela em breve vai virar mais uma vítima do vampirão. Daí já passamos pros flashes do que deve ser o ator que faz o Drácula lambendo o pescoço da vítima, uma pequena marca de sangue, sem furos no pescoço dela, mais gato, mais morcego de borracha!

Pulamos para a opulenta residência do Dr Seward, que só podemos chutar que é ele por conta de uma rápida placa filmada. Sua esposa tem um vislumbre do Drácula, mas aparentemente as coisas ficam por isso mesmo. (não me culpe, o filme é assim mesmo, vai entender!)

a senhora Seward
a senhora Seward

No outro dia, Dr Seward sai de casa, aparentemente ele é o especialista local em ataque de vampiro. finalmente com 8:40 de filme temos a primeira vez que alguém fala, ainda que não seja um diálogo em si. Esse filme poderia ter sido facilmente feito no tempo do cinema mudo. finalmente após uma looonga cena de Dr Seward na carroça, cavalos, trote, Dr Seward, traseiros de cavalos e isso se alongando por muito mais tempo do que devia, ele chega ao castelo. Daí, com um martelo pequenininho, daqueles de ortopedista ele mata o nosso Drácula. Por sinal, esse Drácula, que voltará mais tarde é um incrível ator, Deve ser o ator mais incapaz de expressar qualquer emoção do muito, pois ele fica ali, o tempo todo com olhos arregalados e a boca semiaberta com um conjunto de caninos que faria o Matosão da novela “Vamp” orgulhoso

Esse aí me representa
Esse aí me representa!

Depois dessa morte vergonhosa que o Drácula sofre, ele vira um pequeno morceguinho, que desconfio não ter a aprovação da sociedade protetora dos animais local.

Depois passamos ao núcleo cigano desta novela, liderados por Amira, que fala sobre sal, terra, vento e vê o futuro nas cinzas. Eles moram ali no pé do castelo do Drácula, afinal porque não né?

Por fim, temos o “Igor” da vez, o assistente todo travado de Frankenstein que entra no bar procurando o castelo do Drácula. Esse talvez seja o cara que mais se esforça pra atuar no filme

Talvez eu tenha me esquecido de citar, mas durante o filme temos a narração em 'off' do Dr Frankenstein. Ele finalmente se torna o novo inquilino do Castelo do Drácula e tira a estaca de prata do pequeno morceguinho de borracha. Tudo que ele precisa agora é que seu monstro de estimação, o frankenstein mas mal-maquiado que já vi capture uma jovem donzela. Nesse caso, ele abre caminho para pegar uma artista de um triste espetáculo de burlesco.

Frank!
grandes efeitos especiais

em mais uma cena que não deve ter sido aprovada por qualquer organização de defesa dos animais, temos uma cena de um morceguinho de verdade bebericando um liquido vermelho dentro de um pote de vidro. O pote vai se enchendo de “sangue” até que o animal está praticamente se afogando ali dentro e PUF, aparece o lorde das trevas, tão estático quanto antes. Por alguma razão ele não sai atacando o Doc Frank, não. ele fica ali, deitadão e agora sob o comando de Doc Frank, que quer criar um poderoso exército de vampiros para controlar a humanidade. Sua primeira vítima? a esposa do Dr Seward, que passou boa parte do filme gritando e se debatendo.

Nesse meio tempo, descobrimos que havia um caixão que o bom Doc Frank não havia notado, e que tinha uma vampira loira ali dentro. Ela sai voando por aí e morde a líder dos ciganos.

vampira loira
Eu também quero sair mordendo por ai

Pode parecer uma confusão, e é, mas uma confusão muito lenta, cheia de cenas brumosas do castelo, da vila e zoom in, zoom out.

Seward descobre que sua esposa foi mordida por Drácula e resolve leva-la para combatê-lo. No caminho, Seward leva uma coça de respeito do Frankenstein (o monstro) e sua esposa é capturada e finalmente vampirizada pra acompanhar Drácula em busca de mais vítimas

luta do frank
é de fazer orgulho a Chapolin

Seward é resgatado pelos ciganos, na qual a líder dos ciganos faz uma previsão que só ele pode derrotar Frankenstein e Drácula. Para ajuda-lo ela convoca o homem-lobo. É isso, ai, temos um autentico Lobisomem tão bem maquiado quanto Frankenstein. Enquanto esses lutam, Seward fica ali na noite, pensando na vida.

O lobisomem ataca
era pra ser um lobisomem...

enquanto isso, a vampira-loira, meio ciumenta do Drácula ter uma nova companheira, vai ali e mata o assistente de Doc Frankenstein, vai ver pra matar a fome.

O Laboratório é invadido pelo morceguinho da vampira loira, Doc Frankenstein decide torrar a vampira com um choque de seus equipamentos. Ele se sente traído por Drácula e decide encerrar a parceria deles matando Drácula, para o horror de Frankenstein

O horror

Quando finalmente Seward decide liderar os ciganos para invadir o castelo, encontram o esqueleto branquíssimo de sua esposa e de Drácula em seus caixões, e por alguma razão Seward acha que é mérito dele.

Enfim mortos
Enfim mortos

Pontos positivos

  • Eventualmente o filme acaba
  • figurino (Frankenstein e Lobisomem lutam de paletó)

Pontos negativos

  • Roteiro(?)
  • Maquiagem
  • atores
  • O Drácula mais sem graça da história do cinema
  • longo demais
  • parado demais
  • o conjunto da obra

Serviço

Dracula Contra Frankenstein tem 4,2/10 no IMDB

Recentemente, escutando o ultimo episódio do podcast Darkent Diaries Ep 159: Vastaamo e me dei conta de como a maioria das pessoas se deixa levar pela falácia do “eu não tenho nada a esconder”. Uma atitude bastante perigosa hoje em dia, quando quase tudo está passível de ser digitalizado e essas pessoas não se dão conta de que, uma vez que a coisa está publicada na internet, você não tem mais controle sobre ela. Este post mesmo, eu posso até excluí-lo do meu blog, mas isso não impede que possam ter havido cópias dele, que ele possa ter sido absorvido sem a devida autorização ou solicitação. O mesmo acontece com nossos e-mails, conversas (mesmo as criptografadas, mas abordaremos esse assunto em outra oportunidade), fotos, vídeos, curtidas, etc.

Mas voltando ao episódio em questão, o narrador pergunta, “qual seria o pior tipo de vazamento de dados?” Eu posso pensar em alguns exemplos, que perturbariam até as que dizem “não ter nada a esconder”.

Um particularmente danoso para os envolvidos foi o chamado “Caso Ashley Madison”, a ponto de ter virado uma minissérie documental no netflix (verdade seja dita, o que não vira documentário no netflix atualmente?). Em 2015 a empresa, uma espécie de rede social para casos extraconjugais, sofreu um desastroso vazamento de dados, em que foram extraídos dados pessoais de usuários, inclusive de cartões de crédito. Os dados revelavam quem eram os clientes da empresa, a grande maioria homens, muitas figuras públicas foram expostas como adúlteras. Inclusive, segundo o site hypersicence.com (particularmente não conhecia o portal. Topei com ele enquanto redigia esse post)cerca de 1500 e-mails .gov.br estavam cadastrados na plataforma, o que no mínimo deve configurar como um uso não previsto de um e-mail funcional. O caso levou a pelo menos um suicídio, por conta da repercussão.

Ainda assim, há quem diga “Bem feito” e não se veja ameaçado por esse tipo de exposição. Bom, exemplos dos mais variados não faltam. Houve, em janeiro de 2021 o vazamento de dados pessoais de mais de 223 milhões de brasileiros, em um caso que ainda está sendo ativamente investigado plea ANPD, composto por dados como CPF, nomes, endereços de e-mails e telefones. Muitas vezes as pessoas se sentem protegidas pelo fato de não serem importantes ou não serem “milionárias” para ser alvo desse tipo de ataque. É uma confortável mentira que contam para si mesmas. Na maioria das vezes, quem usa esses dados faz ataques massivos, muitas vezes automatizados, não se importando com a situação particular de ninguém. O objetivo é tentar abrir contas, fazer empréstimos ou mesmo usar os dados para algum outro tipo de ação. Quem ignora esse risco está sendo... bem, ignorante nesse sentido :)

Dentro disso tudo, o caso relatado no episódio durante a entrevista com jornalista Joe Tidy, que está lançando o livro Ctrl+ Alt+ Chaos é um dos cenários mais perturbadores de exposição de dados pessoais que poderia acontecer, e poderia de certa forma, acontecer com qualquer um de nós.

O vazamento de dados da Vastaamo, uma empresa privada finlandesa que prestava assistência psicoterápica para seus clientes é grande o bastante a ponto de ter um verbete na wikipedia. O que diferencia esse vazamento de tantos outros é que os dados vazados não eram só dados cadastrais de seus clientes. Os terapeutas nessa empresa usavam um sistema eletrônico para registrar seus atendimentos, inclusive anotações pessoais dos terapeutas sobre seus clientes ou sobre os relatos que estes faziam. Imagine, ter seus relatos mais íntimos, contados na privacidade entre paciente e terapeuta disponíveis na internet para quem quisesse ver. Por semanas, o responsável pelo vazamento tentou chantagear a Vastaamo, liberando 100 registros por dia quando não era atendido. Até que por engano, publicou, durante algumas horas, todo o conjunto de dados de cerca de 33 mil pacientes desta clínica. E ao falhar na chantagem, ele resolveu, de forma automatizada, chantagear cerca de 27 mil e quinhentos clientes dessa empresa dos quais ele possuía os e-mails, ameaçando revelar seus dados.

Talvez no contexto brasileiro, 33 mil pessoas pode não ser lá muita gente, mas pense que a população finlandesa é de cerca de 5 milhões e meio de pessoas. Numa conta de papel de pão, praticamente 1 a cada 166 finlandeses teve seus dados vazados. Praticamente todo mundo conhecia alguém que conhecia alguém que era cliente dessa clinica.

Aqui temos o pior exposto ao ditado que diz “uma vez na internet, sempre estará lá, em algum lugar”. Provavelmente esses dados circulam e são armazenados por pessoas até hoje, sabe se lá com que fim.

E é por isso que sempre devemos ter muita consciência do que voluntariamente disponibilizamos na internet, já que muita coisa também fica digitalizada e passível de exposição a nossa revelia.

Devemos cuidar bem de nossos dados. Muitos dizem que a privacidade esta morta, mas ainda assim temos cortinas em nossas casas. Em ultimo caso, seja você um modernoso sem cortinas, podemos ir para exemplos mais diretos. Você normalmente fecha a porta do banheiro quando o usa, usamos roupas, temos conversas em particular, quando revelamos coisas que não gritamos ao s quatro ventos. A privacidade é um direito inerente ao ser humano, ainda que ultimamente pareça que estamos tão dispostos a abrir mão dela, não estamos de fato conscientes quanto como ela fará falta se algum dia nos vermos sem poder contar com um misero cantinho privado com os nossos pensamentos.

Deixo como sugestão o TED Talk Por que privacidade importa do jornalista Glenn Greenwald, o verbete na Wikipédia sobre a falácia argumentativa do nada a esconder e o link para o paper 'I've Got Nothing to Hide' and Other Misunderstandings of Privacy

Agradeço ao site Privacidade.digital como importante fonte de conhecimento na redação deste post e ao próprio episódio do podcast Darknet Diaries que entre tantos outros episódios me ajudaram a formar uma consciência sobre o assunto

#seguranca #ciberseguranca #opiniao #hack #vastaamo #darknetdiaries #privacidadedigital

Novidades para aqueles, que, como eu, preferem a versão FOSS mais próxima do minecraft para seus filhos jogarem.

Recentemente, no debian 13 trixie os pacotes do minetest passar a se chamar Luanti. Uma otima atualização para ficar mais próximo do jogo, mas um arraso para quem rodava servidores hospedados na versão antiga. Várias coisas mudaram de lugar, e um bom resumo das alterações pode ser encontrado no Readme do pacote luanti-server.

Aqui em casa, além do jogo normal, gostamos de rodar as versões VoxeLibre e Mineclonia ambas com uma proposta mais próxima do Minecraft.

Para fazer a coisa “acontecer”, supondo que você já tenha instalado o pacote luanti-server, montei o servidor da seguinte forma.

em /etc/luanti foram criados dois arquivos para cada jogo. Usando o mineclonia como exemplo, criei os arquivos mineclonia.conf com o seguinte conteúdo:
> prometheuslisteneraddress=0.0.0.0:30001 map-dir=/var/lib/luanti/mineclonia/world name=rico port=30001 default_game=mineclonia

e um mineclonia.env com o seguinte conteúdo:
> LUANTI_GAMEID=mineclonia

feito isso, é hora de obter a versão do Mineclonia em questão do git na pasta correta. Penei um pouco para achar, mas deve ser feito em /var/lib/private/luanti

git clone https://codeberg.org/mineclonia/mineclonia.git

após clonado, recomendo mudar o proprietário e grupo para luanti-server atráves do comando chown -Rf luanti-server:luanti-server /var/lib/private/luanti/mineclonia

Feito isso, basta iniciar o servidor via systemctl da seguinte forma
systemctl start luanti-server@mineclonia

o @mineclonia que compõe o comando refere-se ao arquivo .conf criado em /etc/luanti.

Pronto, com isso você deve levantar um servidor com consideral menos esforço que eu. Fique de olho no parâmetro port=e no prometheus_listener para não tentar levantar o servidor em uma porta já utilizada.

Boa jogatina e divirta-se!

#minetest #debian #luanti #voxelibre #mineclonia

Adoro uma boa surpresa, e isso diz muito sobre o ultimo #monsterdon que assistimos, Planeta Proibido (Forbidden Planet) de 1956. Apesar de seus quase 70 anos, o filme envelheceu admiravelmente bem, proporcionando um dos pontos altos dos filmes que assistimos este ano. Isso tendo Leslie Nielsen, de comédias como Corra que a polícia vem aí e Aperte os cintos, o piloto sumiu como principal protagonista em um raro papel sério (pelo menos da filmografia que eu conheço dele) e sem cabelos brancos!

Cartaz original do filme
Não tinha como errar com um belo cartaz desses

O filme conta que no século 23 a humanidade colonizou o espaço após descobrir a hiperpropulsão que permite mover-se acima da velocidade da luz. A tripulação do cruzador C-57D, na forma de um grande disco voador dirige-se para o quarto planeta no sistema solar Altair, afim de verificar o que aconteceu com uma expedição enviada 20 anos antes na nave Belerofonte.

Segundo a wikipedia o filme teria servido de inspiração para a futura série de Star Trek (ou Jornada nas estrelas, se você for tão velho quanto eu). Dá pra notar. Durante todo o filme podemos ver que há diversos termos em tecnobaboseiras que se vendem bem como termos científicos futurísticos, embora pareçam datados do nosso ponto de vista, dá pra imaginar que isso tenha explodido algumas cabeças na época.

Se prepare que daqui pra frente virão os temidos —==SPOILERS==—

Após a aproximação da nave ao planeta, a tripulação estranha que não haja ali uma grande colonia, dado que já se passaram 20 anos, mas rapidamente detectam que estão sendo acompanhados por radar. Entra em contato com eles o Dr Edward Morbius, que os tenta convencer a ir embora de forma rude, dizendo que caso pousem, não será responsável pelas consequências. O comandante Adams ignora o Dr e ordena a tripulação para realizar o pouso no planeta.

Pouso da nave
Belos efeitos especiais para a década de 50

Imediatamente após o pouso a tripulação é recebida por um robô, posteriormente identificado como Robbie (criativo, hein?) que os conduz até a casa do Dr Morbius.

Lá são recebidos e convidados para o jantar o Comandante Adams, Doc Ostrow e o tenente Farman. O Dr Morbius se desculpa, mas informa que é o único sobrevivente da Belerofonte e que todos foram mortos por uma terrível força e que ele foi obrigado a enterrar todos. Por isso ficou tão preocupado com a chegada de novos visitantes e tenta rapidamente dispensa-los após mostrar algumas das tecnologias que desenvolveu para sobreviver por todos esses anos. Mostrando inclusive que seu robô e incapaz de ferir alguém e que sua programação o faria desligar caso tentasse

robo aponta arma para comandante
“Vamos torcer para a demonstração funcionar dessa vez”

O robô inclusive é um clássico que deve ter sido copiado por milhares de produções ao longo dos anos, com seu andar característico, pequenos braços e uma cabeça enorme. Imagine o trabalho que deve ter dado para o pobe coitado que teve de interpretar o robô se mover por aí vestindo esse troço. As pernas me lembram o Bibedum, mascote da marca de pneus Michelin. Os efeitos continuam muito bons, um painel no robô acende quando ele fala. Tem a capacidade de sintetizar praticamente qualquer material e sua grande cabeça transparente deixa a mostra um monte de pequenos dispositivos que se mexem na sua cabeça, dando a impressão de que seu cérebro é um grande relógio de corda.

Rapidamente m dos segredos do Dr é revela, sua filha, Altaira, aparece curiosa para ver os visitantes. A partir daí mais um clássico aparece, no caso a misoginia, já que os tripulantes, somente do sexo masculino estão enclausurados na espaçonave a mais de um ano. Aliás, apesar de se passar anos no futuro, são claros os sinais de que o filme é uma produção da época, como a ausência de qualquer personagem que não seja branco anglo-saxão. Também reverbera que haja uma única mulher na produção toda, e que precisa ser “ensinada” pelo comandante como se comportar na frente dos homens, após receber duras criticas desse por sua vestimenta. Claro, tudo isso um subterfúgio do roteiro para depois eles se apaixonarem.

Altaira, Addams e Robbie
O comandante tenta explicar a Altaira porque as mulheres da terra se submetem aos homens.

Diante da recusa do Dr em partir ou dar maiores informações, o Comandante ordena que seja montando um potente transmissor para entrar em contato com a terra, o que obrigaria a tripulação a permanecer no planeta por pelo menos mais 10 dias. Terrivelmente incomodado coma situação, o Dr Morbius ordena que Robbie ajude a tripulação sintetizando os material que precisam, para abreviar a estadia deles.

O capitão com seus funcionários
a sala de comando da nave

Durante a noite, a nave é invadida por um ser invisível, que estraga um de seus equipamentos. O Comandante, convencido que pode ser uma sabotagem do Dr Morbius, dirige-se novamente para a residência desse. Lá descobrem um grande laboratório secreto, onde Morbius revela estar trabalhando para decifrar a complexa tecnologia dos Krell, uma raça avançada que habitava o planeta e construiu um grande complexo no interior do planeta para se converterem em seres de pura energia.

O laboratório dos Krell
Suntuosos aposentos de pesquisa dos Krell

O Dr inclusive revela que ampliou sua capacidade mental ao aprender a utilizar os equipamentos do Krell, o que o permitiu montar um robô tão avançado quanto Robbie. Determinado a levar a tecnologia para a terra, Morbius e Addams discutem, mas Morbius dz que a humanidade não está preparada para tamanho poder.

As gigantescas estruturas dos Krell
“Sim sim, muito espaço livre aqui, dá uma ótima reforma”

Por conta da invasão a nave, comandante Addams estabelece um perímetro com cercas de energia, ainda assim a estranha criatura consegue penetrar na nave e mata o engenheiro chefe, que estava reparando os equipamentos de comunicação danificados. Mais tarde, a criatura é detectada pelo radar, e mata mais 3 tripulantes após um combate na cerca de energia, em que fica parcialmente visível. Os efeitos especiais são realmente incríveis para a época. Me pergunto se a versão que assisti do youtube era alguma restauração especial ou algo assim.

O ataque do ser
“Olá, gostariam de morte e destruição?”

Mais uma vez, Addams retorna a casa de Morbius para tentar convencer Altaira a deixar o planeta com ele. Doc Ostrow, que o acompanha dá uma rápida escapadela para tentar usar o equipamento Krell que amplia a inteligência, mas é recolhido por Robby fatalmente ferido. Antes de morrer, ele avisa que os Krell erraram ao criar sua tecnologia, que ao permitir tornar pensamentos reais, esqueceram do id. Aqui os psiquiatras iam curtir, aparentemente ele está falando dos monstros do subconsciente.

A casa é então atacada pela criatura, e Addams, Morbius e Altaira se escondem no laboratório Krell. Mesmo com as portas reforçadas, a criatura avança, e Addams convence Morbius de que é seu próprio subconsciente que viabiliza a criatura que os está atacando. Aí Morbius tem um piripaque e implora para que a criatura os deixa. Antes de morrer do esforço, ele passa orientaçoes a Addams que ativa a sequencia de autodestruição mais lenta do cinema, dando 24 horas para Addams, Altaira e a tripulação se retirarem a uma distância segura do planeta.

A criatura ataca
Eu não sei se sua arma fará muito efeito contra a criatura, Addams

Por fim, o planeta inteiro explode, e os tripulantes se preparam para retornar a terra com um romântico abraço entre Addams e Altaira, para a inveja o resto da tripulação que precisará passar mais um ano na seca antes de chegar na terra.

Enfim, foi um filme muito interessante. Apesar de bem velho, fica ali no meio do caminho entre um bom episódio de Star Trek e Além da imaginação. O suspense se segura bem durante o filme, apesar das cansativas idas e voltas a casa do dr. Morbius e o romance sem graça. Os efeitos visuais são surpreendentes, e os efeitos sonoros acompanham bem a trama, apesar de não ter uma “trilha sonora” em si.
O tema da exploração do desconhecido, do perigo invisível e a tensão entre o comandante militarizado e o recluso pesquisador funciona muito bem. Dá realmente para ver esse filme como inspiração em diversas outras produções posteriores.

Pontos fortes

  • um bom roteiro, para variar!
  • excelentes efeitos especiais para época
  • bons efeitos sonoros, apesar de sentir falta de uma trilha sonora de verdade
  • excelente 'tecnobaboseira' que ajuda a dar credibilidade a um futuro distante, apesar de datado.

Pontos fracos

  • como uma produção de época, temos todos os problemas que fazem parte disso, como nenhuma representatividade sexual ou racial
  • as brincadeiras com o cozinheiro alcoólatra
  • prefiro Leslie Nielsen como o Dr. Rumack de Aperte os cintos, o piloto sumiu!

Serviço

Planeta Proibido tem 92% no tomatômetro e 85% no pipocometro do Rotten Tomatoes

Pode ser assitido gratuitamente com legendas no Internet Archive

#monsterdon #forbiddenplanet #planetaprobido #scifi #espaco #robo #tecnologia #filme #opiniao

Existem filmes bons, filmes ruins e os filmes que assistimos no #monsterdon. Não que eles sejam uma classificação 100% a parte, já discuti isso por aqui. Temos a nossa leva de filmes mais ou menos agradáveis.

Cartaz do Filme

Nossa ultima “aventura” por assim dizer envolveu uma produção que eu desconhecia, chamada Além de Atlántida (Beyond Atlantis, 1973) uma produção filipino-americana tão confusa quanto o possível. Vamos, como sempre ao aviso de —==SPOILERS==— embora não acredite que qualquer um que vá se submeter a experiência de assistir o filme vá ligar muito para isso.

Iniciamos com uma bela loira, chamada Syrene chegando de barco a uma ilha. Ela paga a Manuel, o condutor do barco com pérolas e o dispensa. Surgem de trás das árvores nesta ilha seres humanos com estranhos olhos saltados e Syrene os ordena que guardem os suprimentos que ela trouxe.

Syrene e Manuel, na ilha
”– Vai ser dinheiro, cartão ou pix, senhora?”

Manuel por sua vez retorna a seja lá onde for e tenta negociar as pérolas com Eddie Leste, o gangster local. Eddie vai encontrar Logan em uma rinha de galo (acredito que este seja um filme que não pode exibir com orgulho aquelas frases “nenhum animal foi ferido durante esta produção”). Logan lhe deve uma grana e parece conhecer do assunto de pérolas. Após uma avaliação, Logan diz a Eddie que eles podem ficar rico-milionários se encontrarem o local das pérolas com essa qualidade.

Eddie manda Logan encontrar Vic Mathias, que tem um barco e experiência de mergulho para ajuda-los. Como e já não tivessemos sido apresentados a um grupo razoavelmente de pessoas, Logan tem sua conversa sobre pérolas ouvida pela pesquisadora Katherine Vernon. ah sim, tudo isso enquanto eles estão em um cassino clandestino. rinha de galo –> cassino clandestino, estou sentindo uma certa tendência aqui...

Logan, Vic e Eddie, nossos "herois"
Logan, Vic e Eddie com a dra Katherine ao fundo. Essa turminha ainda vai aprontar altas confusões...

Logan é então chantageado pela Dr Katherine a participar da expedição, pois pérolas idênticas fazem parte de uma máscara que ela está estudando que pode provar o continente perdido de Atlântida (ou alguma baboseira dessas) pelo mais puro valor científico delas ou serem entregues a polícia. Com essa gangue de delinquentes reunida, Eddie vai dar um achaque no Manuel, para ele revelar a ilha onde foram encontradas as pérolas.

Depois disso o entourage encontra uma pequena vila nos arredores da praia, aparentemente vazia. Enquanto Vic e Logan mergulham em busca de pérolas, Eddie cai em uma armadilha recheada de caranguejos, mas (infelizmente) escapa. A produção segue recheada de piadinhas sexistas e intermináveis filmagens subaquaticas que devem ter torrado a maior parte do orçamento. As imagens em si não dizem muita coisa, fica no meio termo entre dança do acasalamento e nado sincronizado entre os olhudos pessoas-peixes. Nadando entre eles está noss loira Syrene, que promete ajudar Vic e Logan a encontrar as pérolas. Novamente, não temos muito sentido de porque ela os está ajudando, onde ela consegue as pérolas que sai plantando nas ostras para que os mergulhadores as achem, nem porque ela e o pai, Nereus (sim, temos um pai com uma bela barba) são diferentes do resto.

Nereus
Esse povo tem pérolas a vontade!

Nesse meio tempo, o imediato é assassinado pelos povo de Syrene, mas mesmo assim a gangue não abandona o local e continua coletando pérolas e mais pérolas. Vic quer se mandar, mas Logan é bem mais ambicioso e quer pegar tudo que puder. Enquanto isso entramos em tramas paralelas meio estranhas, coma Dra investigando uma espécie de templo dos supostos “atlantes” e Nereus avisando a filha que ela deve cumprir uma profecia de que ela tem que “acasalar” com um estranho. Que papo firmeza entre pai e filha, ahn?

Dai pra frente o filme se arrasta em intermináveis sequencias aquáticas, Eddie fazendo caras e bocas cada vez que consegue mais pérolas e a trilha sonora cada vez mais louca. Talvez seja algo que fizeram na versão que assisti no youtube, mas em alguns pontos o som dos diálogos some e ficamos 100% expostos a essa trilha completamente fora de controle.

atlantis
Nós vamos invadir a sua praia!

Felizmente, uma hora o filme se encaminha para o final. O barco dos nossos transgressores tem a ancora cortada e eles se veem presos na ilha, mas o “amigo” Manuel, aquele mesmo do achaque vem ajuda-los em troca de algumas pérolas. Os meliantes decidem então explodir o templo local e escapar com as pérolas. Tem-se ai uma batalha entre os nativos e os invasores, inclusive com uma briga sub-aquatica entre Katherine e Syrene, que está tão emocionante quanto Kirk vs um Gorgon. Elas brigam porque Syrene queria ter Vic como seu amante, mas ele acabou desenvolvendo um relacionamento com Katherine. Por fim, a dra enforca a loura no próprio cabelo, e imediatamente as hostilidades são encerradas, por alguma razão.

durante o cortejo funebre de Syrene, Logan interrompe tudo para roubar uma manta de pérolas que cobria o corpo, mas Nereus não tá nem aí, eles partem mar a dentro. Nossos marginais acordam depois rendidos dentro do barco de Manuel, que quer ficar com todas as pérolas para si. Mai sum briga e as pérolas caem no mar, com Logan se jogando na água logo atrás delas. Ele não as alcança, então emerge dizendo que eles podem pegar os equipamentos e mergulhar atrás delas. A partir daí todo mundo começa a rir junto de Logan, como o encerramento de um bom filme dos trapalhões. Subam os créditos, pelamordeDeus!

Pontos fortes

  • a galera do mergulho tá de parabéns pela apneia, ficam bastante tempo embaixo do mar;

Pontos fracos

  • roteiro (?) fraco e confuso;
  • personagens execráveis;
  • dialógos insignificantes;
  • trilha sonora esquizofrênica;
  • longo demais;

Serviço

#monsterdon #beyondatlantis #filme #atlantida

Ok, lesmas podem não ser a coisa mais fofa do mundo, longe disso. Até concordo que podem ser nojentas, como enormes catarrões de jardim ambulantes, mas nunca imaginei que fossem tema para filme de terror.

Obviamente eu estava errado! Baseado no livro de Shaun Hutson, Slugs – Muerte Viscosa, tenta nos convencer que numa pequena cidade no interior dos EUA, uma variedade mutante de lesma se desenvolve debaixo do lixão da cidade e se torna carnívora e sedenta de sangue. Daqui para frente podem haver —==SPOILERS==—

Cartaz do filme em espanhol

O filme começa complicado, apresentam logo 6 personagens que se encontram em um restaurante e fica dificil dizer quem é quem, pois todos são muito parecidos.

Felizmente, logo no inicio já temos o primeiro ataque das “temíveis” lesmas a um senhor solitário em sua casinha, que ao voltar de um passeio noturno com seu cachorro, a encontra repleta das pequenas lesmas que começam a mastigá-lo. Como seres tão pequenos e lentos podem ser tão mortais, não é mesmo?

Como em uma novela da globo, temos também o núcleo teen, que em nada influencia na história e não tem razão de ser, a não ser como vítimas para nossos viscosos antagonistas.

certamente highschoolers
Pode não parecer, mas esse é o núcleo teen da produção

Falando nos antagonistas, eu posso dizer que o casal Mike Brady, o inspetor de saúde e sua esposa Kim, a professora são os protagonistas dessa história. Após a misteriosa morte do velhinho que passeava com cachorro, Mike é chamado para participar da investigação junto com o Xerife, que aparentemente não o suporta e o leva só para encher o saco. Mike acha estranho tantas marcas de lesmas na casa.

Mike Brady
funcionário do mês: Mike Brady

Após mais algumas mortes misteriosas e uma explosão para a felicidade da equipe de efeitos práticos da produção, Mike é mordido por uma das lesmas enquanto sua esposa cuidava do jardim. Eles recolhem algumas lesmas e levam para o professor de ciências da escola. Eu achava que ele estava tentando fazer um sotaque britânico, mas ao olhar a ficha técnica descobri que ele é espanhol, então deve ser isso.

Bitey Bitey
é quase fofo.

O professor descobre, após uma das lesmas atacar e matar um dos seus porquinhos da índia que as lesmas estão infectadas com um esquistossomo que as transforma em carnívoros sedentos. Isso é uma péssima notícia para um personagem em algum outro lugar, que come uma salada preparada com lesmas. Acho que na américa, higienizar seus vegetais frescos na água com cloro não é um hábito. Por isso esse tipo de filme não rola no Brasil.

lesmas por toda a parte

Depois de mais algumas criativas mortes envolvendo adolescentes transantes (afinal, é um filme dos anos 80) e o infeliz que jantou uma lesma em sua salada sendo comido de dentro para fora, nosso “herói” Mike, departamento se saúde tenta convencer o prefeito e o Xerife, o que não resolve nada. Mas isso não é problema para nosso destemido funcionário público! Ele se junta ao chefe do departamento de esgotos (imagina a burocracia se eles fossem fazer isso do jeito certo) e com a ajuda do professor de ciências da escola, pretendem aplicar uma explosiva formula química com lítio que queima ao contato com a água para matar todas as lesmas em seu habitat nos esgotos. Eu achava que a gente matava lesmas com sal, mas aparentemente, a brava equipe dos efeitos especiais ainda tinha muito querosene e primacord sobrando.

sobre o poço das lesmas

Após ficarem presos no esgoto cercado de lesmas, Mike perde o amigo Don do departamento de esgoto que cai no... esgoto cheio de lesmas. Mais uma vez o trabalho mata o trabalhador. Enfim, Mike resolve fazer um parkour para escapar das lesmas e encher os esgotos da formula química do professor aloprado, explodindo tampas de esgoto por todo o filme, para a alegria da equipe pirotécnica.

Infelizmente desta vez não somos agraciados com um final súbito, como é comum nestes filmes, mas temos Mike abraçado em sua amada caminhando pela rua cheia de carros de polícia, bombeiros e fogo saindo do esgoto. Porque ela abraçaria o marido ainda com a roupa de esgoto após enfrentar lesmas carnívoras está além da minha compreensão.

E como não pode deixar de ser, no final ainda vemos uma pequena lesma sobrevivente de toda a destruição, pronta para procriar e dar chance para uma sequência “O retorno das lesmas carnívoras”

Pontos fortes

  • Bons efeitos especiais;
  • Realmente transforma aquela meleca comum que é a lesma em algo a ser temido (mas não tanto) ;

Pontos Fracos

  • o núcleo adolescente é completamente inútil;
  • Personagens demais são apresentados logo no inicio. É dificil acompanhar quem é quem;
  • Formula quimica? Porque não jogaram sal nas lesmas?

Serviço

  • Slugs – Muerte viscosa tem 29% no tomatômetro e 39% no pipocômetro no Rotten Tomatoes
  • Disponível legendado no youtube

#monsterdon #lesmas #slugs #terror #horror #filme