Sei lá e pans

O título diz tudo.

Ansiedade é uma m*rda de marca maior. Como convalescente deste mal desde 2020 (e comecei pré-pandemia, veja bem) estou bem ciente disso.

Normalmente, todo mundo tem suas tem suas pitangas para chorar. O meu mal, como já compartilhado antes é principalmente uma espécie de hipocondria as avessas, onde qualquer pensamento que me leve a duvidar da minha saúde pode me transformar em uma geleia temerosa até da própria sombra.

Ultimamente, infelizmente a ansiedade tem sido uma visita mais constante. Gostaria de saber como mapeá-la para tentar localizar a causa, mas tem sido um exercício infrutífero. A verdade é que sempre no fim do dia se instala uma leve dor de cabeça, bem ali pelas têmporas, e isso tem sido o bastante para me jogar no fundo do poço da angústia, aquela sensação de que uma mão se fecha e espreme o coração da gente e o corpo está desaprendendo a respirar. Normalmente, a medicação e o próprio controle da respiração facilmente me ajudam, como diz a terapeuta, a reformar ou recalibrar os pensamentos para sair dessa. De fato, normalmente funciona, mas ultimamente tem sido mais difícil, as crises não duram muito, mas variam de 5 a 30 minutos que as vezes parecem durar horas e me fazem duvidas da minha sanidade. O que eu sinto são sintomas legítimos da minha hipertensão arterial ou é a minha ansiedade fazendo disparar todo o tipo de loucura na minha cabeça e meu corpo corre para acompanhar? Vai saber, só sei que é desagradável e não recomendo. O melhor pra mim nessa horas é tentar conversar, botar pra fora. Graças a Deus minha esposa é um poço sem-fim de paciência para ouvir a minha ladainha, mas hoje estou fazendo uma tentativa aqui, de jogar esse tipo de pensamento ao vento da internet, para, quem sabe, um dia reler e rir um pouco disso, dessa sensação, da certeza fria de um condenado a forca. Me resta agora partir para os melhores remédios que tenho a minha disposição, meus exercícios de respiração, me distrair com as crianças (as vezes elas me matam de rir com suas conclusões excepcionais) ou algum episódio velho de Xorume ou Minuto de silêncio, que sempre dão uma ajuda a esquecer a própria desgraça rindo da desgraça alheia.

É isso ai. Se cuidem!

Penteados e demônios

ah, os anos 80. Crianças sem supervisão, penteados esquisitos, roupas com cores berrantes e sintetizadores por toda parte. Guerra fria e linhas bem determinadas entre mocinhos e bandidos (ou a gente achava isso, que inocentes!)

Enfim, no #monsterdon dessa semana, no melhor estilo Sessão da tarde essa “galerinha do barulho vai aprontar altas confusões abrindo as portas do inferno”. Estamos falando de “O Portão” (The Gate), de 1987.

É um daqueles filmes de horror bem típico dos anos 80 como “A Coisa” ou “A Hora do espanto”. Apesar de ser um filme de terror com algum gore não parece ter sido feito mirando um público muito adulto (censura 13 anos nos EUA), pois o filme não contem nenhuma cena com conteúdo mais “sexual” como normalmente ocorre em filmes como a série “Sexta-Feira 13”.

poster do filme

Inclusive, algumas cenas e a tipografia do filme parecem ter sido, junto com o resto dos anos 80 uma inspiração para a série Stranger Things.

Aviso, daqui para frente podem haver —==SPOILERS==—

O filme se passa em um típico subúrbio americano da época. Após um pesadelo, Glen, nosso protagonista vê que a árvore em seu quintal com uma casinha foi derrubada e operários estão removendo o que sobrou. A partir daí somos apresentados ao que vai completar o trio de protagonistas, a irmã mais velha Al e o amigo meio biruta (pra ficar nos anos 80), Terry.

Investigando o buraco, Glen e Terry acham algum geodos que eles acham que podem render uma boa grana. Ao abrir o maior deles, coisas estranhas começam a acontecer. Infestação de insetos, barulhos estranhos, coisas quebrando sozinhas, penteados estranhos, pesadelos com pessoas mortas, animais domésticos mortos, todo o tipo de perturbação.

Quem vai ficar com Mary
Quem vai ficar com Mary?

Felizmente, Terry, o amigo “doidinho” do protagonista principal descobre, graças a um album de uma banda de heavy metal que ele estava ouvindo que eles abriram um portal para o inferno, e que agora precisam fecha-lo. Aparentemente bandas de heavy metal e demônios andam de mãos dadas para esse pessoal a muito tempo. Felizmente o encarte do album é bem completo, e inclui as instruções do ritual para banir os demônios. A má notícia é que os demônios sabem disso, e mandam e queimam o álbum. Parece que pastores neopentecostais e demônios tem mais em comum quando se trata de heavy metal do que poderiamos supor!

A partir daí as crianças são atacadas por pequenos demônios que variam entre truques de perspectiva com pessoas fantasiadas a stop motion de pequenos demônios. Em questão de efeitos práticos, esse filme está bem servido. Temos vários truques de câmera e outras soluções bem criativas para uma época anterior aos efeitos digitais que são admiráveis, em especial para um filme relativamente modesto como esse.

mini-demonios são tão fofos

Felizmente, como boa família cristã que são, as crianças acham uma bíblia e lendo alguns salmos, aparentemente salvam o dia dos mini-demônios, que são quase fofos dada a sua altura diminuta.

Tudo parece resolvido então, mas ainda faltam 20 minutos de filme, então vamos ao caos de verdade. A irmã e o amigo de Glen são capturados por zumbis que saem da parede e o grande rei dos demônios, que parece uma versão em grande escala de uma das minhocas alienígenas de MIB aparece em um grande buraco do piso da sala, sacudindo nosso protagonista de um lado para o outro, até larga-lo, desinteressado. Tudo bem que o moleque não é um grande ator, mas isso é insultante vindo de uma grande minhoca de stop motion. Enfim, Glen se lembra de que o ritual falava alguma coisa sobre o poder do amor, e explode a minhoca-demônio com um foquete de brinquedo cheio de pólvora de verdade e seu real amor pela irmã e pelo amigo, e tudo volta a ficar bem, com exceção da casa arrasada.

Queria ver como os pais vão explicar essa para o seguro, visto que o sobrenatural normalmente não é coberto por essas apólices, a não ser que você inclua a cláusula armageddon.

satisfação
Demônios expulsos e casa destruída. Rolem os créditos!

Enfim, o filme é divertido. A versão que eu peguei tem uma dublagem horrorosa, então se puder, procure uma versão legendada. Não é um filme difícil de se encontrar pelas interwebs por aí

Pontos fortes

  • Bons efeitos práticos, dadas as limitações da época e de orçamento;
  • Um roteiro relativamente consciso na minha opinião;
  • Tudo grita anos 80 na sua cara;

Pontos fracos

  • Os poucos efeitos digitais tipo bluescreen/greenscreen são bem ruins;
  • Tudo realmente grita anos 80 na sua cara;

Serviço

O Portão tem 36% no tomatômetro e 45% no pipocômetro no Rotten Tomatoes

VFX Artists react iniciando com trechos de efeitos especiais do filme

O Portão dublado e completo no youtube

#monsterdon #thegate #1980s #terror #horror #demons #movies #filmes

Vingadorez*

Hoje foi um dia atípico. Eu tive um ponto facultativo no trabalho, mas as crianças tiveram aula normalmente. A caminho da academia, depois de deixar nossa pequena gangue ~na penitenciaria~ na escola, eu e a esposa pensamos “Porra, em vez de ir direto a academia, vamos dar uma esticada no cinema?”

Confesso que já tem um tempo que não me animo muito a ir ao cinema. Isso é estranho. Antes das responsabilidades da vida adulta e de filhos, costumávamos ser ratos de cinema, a ponto de, mais de uma vez ali no início dos anos 2000 conseguirmos “zerar o cinema”, ou seja, assistir tudo que havia para ser assistido. O fato de ambos termos carteirinha de estudante ajudava muito, claro (mais sobre isso um pouco mais a frente). Findo esta pequena digressão, voltemos ao assunto: ataque de oportunidade no cinema.

Não tínhamos muitas opções, fomos ao cinema mais próximo que havia (um cinemark) para ver o que estivesse para começar. Por estar por fora do circuito, sequer sabíamos bem o que estava em cartaz, afinal ultimamente só acompanhamos programações mais infantis e era um feito estarem presentes somente os adultos da família. Após um rápido e pouco animado debate, resolvemos arriscar para assistir “Thunderbolts*”

Poster de Thunderbolts

Não estava lá muito animado com o que viria a seguir. Já havia algum tempo que fomos vencidos pela quantidade indecente de produções marvel que foram soltas, entre cinema, séries e o escambau. As ultimas coisas que tínhamos acompanhado havia sido a primeira temporada de Loki, e depois de por duas vezes tentar assistir o filme do “Dr Estranho no multiverso da loucura”. Eu já havia desistido de acompanhar o MCU, dada a avalanche de material que a Disney soltava em todo tipo possível de mídia.

Enfim, depois de um árdua busca por um café para viagem (qualé a do cinemark? Se vendessem isso na lojinha iam faturar horrores), segundo minha esposa, a única forma de ela não dormir durante o filme E de uma frenética busca por um desconto (eu é que não ia pagar 52 REAIS em cada ingresso de cinema!) adentramos depois de muito tempo como um casal em um filme. Ah sim, dada a lentidão para fazerem um café coado (quase 10 minutos) perdemos os trailers e alguns minutos do inicio, mas nada que, aparentemente, fosse crucial.

Quanto ao filme em si, não pretendo revelar os temidos —==SPOILERS==—. Posso dizer que foi uma agradável surpresa. O Fato de não ter acompanhando os últimos passos do MCU não atrapalhou muito a experiência do filme, salvo relembrar a história de um ou outro personagem. Comparado a um filme dos Vingadores, devo dizer que a história um pouco menos gloriosa, já que é um filme de anti-heróis foi bem agradável, apesar de que a junção dos personagens não me pareceu tão crível, mas estamos falando de um universo de heróis, então é salutar uma boa dose de suspensão de descrença. Na minha opinião é um filme em que o humor, que parece um pouco excessivo, quase forçado do inicio vai sendo bem ajustado ao longo do filme. A própria origem do nome Thunderbolts* é uma piada, mas uma bem sacada, na minha opinião. O grupo de anti-heróis que beirava uma segunda-divisão do MCU funcionou bem e as coisas escalaram de maneira divertida.

Na reta final o filme se torna um pouco mais sério, até talvez um pouco forçado na “auto-ajuda”, com o enfrentamento de nossas sombras interiores, alguns podem dizer. Pra mim, não afetou. Na verdade, até me mostrou que estou certo em continuar na terapia, e que, com grandes poderes também devem vir uma penca de traumas.

No fim das contas, foi um ótimo programa. O filme é divertido, e embora não seja obrigatório que você tenha assistido a TUDO o que o MCU lançou nessa ultima fase,imagino que ajude. Mas, se você, como eu, já está meio cansado do constante hype, de tudo ser um gigantesco universo contando uma grande história em que tudo está ligado, ainda assim, é possível curtir o filme quase como uma obra em si mesmo, claro, se não se importar de ficar de fora a meia dúzia de piadas e referências (isso na minha mais humilde opinião de orelha)

Pontos Fortes

  • A Yelena interpretada pela Florence Pugh continua uma excelente personagem!
  • O Guardião Vermelho continua tolo e divertido

Pontos Fracos

  • As cenas pós-credito e pós-pós-créditos cansam. Se for o caso, assista no youtube mesmo
  • O preço do cinema. 52 reais por um ingresso? Tá maluco!! Leve comida de casa.

Trailer do Thunderbolts* no youtube

Não estou falando de um filme com múltiplos cruzados encapuzados como é conhecido o Batman, na verdade, esse foi o título do nosso ultimo #monsterdon, The Bat People de 1974. Levando em conta a produção relativamente barata, aparentemente tínhamos até que um roteiro dessa vez.

Aviso, daqui para frente podem haver —==SPOILERS==—

O filme conta a história do doutor John Beck, um imunologista que aparente curte uns morcegos enquanto está de lua de mel com sua esposa, Cathy. Eles estão em um daqueles locais americanos em que você tem montanhas nevadas e um aparente deserto mais abaixo. Ou talvez isso seja devido a limitações orçamentárias e de locação, as filmagens mudam de local depois do primeiro terço do filme.

Enfim, durante um passeio em uma caverna, John é “atacado” por morcegos e começa a desenvolver o que parece ser raiva. Ele passa a ter terríveis “pesadelos” de que está atacando pessoas.

Calma querido, é só um pesadelo
Eu sonhei que Trump havia sido eleito para um segundo mandato!

Com medo, sua esposa o convence a se tratar de raiva com o doutor bigode local, um dos homens menos toscos que vamos ver nesse filme (e já adianto que ele é grosso feito papel de embalar prego com as preocupações de Cathy). Alias, como é uma constante nesses filmes de época, a misoginia corre solta, Cathy é maltrada pelo marido doente, pelo médico bigodudo e fica muito próxima de ser sexualmente violentada pelo Sargento faz-tudo do filme (outro aparente sinal de limitação orçamentária).

Cathy e o Bigode
Um papel em uma produção melhor pode ser um começo, Cathy.

Eventualmente, John é internado e começa a perder o controle e assasinar pessoas com sede de sangue. Não pretendo contar o enredo todo, mas nunca fica claro exatamente o que aconteceu com John. O que é essa doença misteriosa que o torna uma espécie de vampiro e eventualmente permite que ele se metamorfoseie no que parece ser um refugo de máscara do planeta dos macacos

O verdadeiro homem-morcego
defeitos especiais, finalmente!

Depois disso, o doutor foge, colocando o policial tarado em seu encalço. Mesmo perseguido, nosso protagonista acha tempo para ter uma noite de com sua esposa, e Cathy parece começar a desenvolver sintomas parecidos com o do marido

Bom, não resta muito mais o que dizer a partir daí, temos perseguição, o enfrentamento entre John e o policial e Cathy eventualmente se junta ao seu amado na caverna dos morcegos, provavelmente para tentar montar uma família naquele ambiente.

Pontos positivos

  • Morcegos de borracha
  • Imagens de documentários sobre morcegos
  • Visão em primeira pessoa do protagonista atrás de suas vítimas

Pontos negativos

  • misoginia
  • máscara de morcego parece mais de gorila defeituoso
  • todo mundo desdenha da Cathy

The Bat people tem 6% no pipocometro do rotten tomatos

Exatamente! Neste ultimo domingo assistimos a mais um clássico de sessão da tarde pelo projeto #monsterdon. Eu, obviamente providenciei minha cópia dublada para assistir esse filme na dose certa de nostalgia!

poster em inglês do filme Infelizmente fui incapaz de encontrar o poster Brasileiro

Como sempre, segue o aviso de que podem haver spoilers!

O filme começa logo com uma vibe meio Guerra nas Estrelas, com o gigantesco castelo da Besta (aparentemente, esse aí é o nome do vilão) aterrisa para arrepiar o povo do planeta Krull. Por alguma razão, Besta (é dificil levar esse nome a sério) acha que tem alguma vantagem se casar com a princesa ruiva local, que já estava na cerimônia de casamento. Talvez o fato de ela produzir uma pequena chama na mão seja importante demais para ele.

Enquanto o asqueroso vilão tenta convencer nossa donzela em perigo da vez, o audacioso agora-rei, Colwyn (visto que todo mundo no castelo morreu durante o rapto da princesa precisa seguir as orientações do velho Ynyr para resgatar sua amada.

Ok, não parece lá uma grande sinopse, mas o filme é bem menos ruim do que a média de filmes que assistimos no monsterdon, e isso nem pode ser atribuído a nostalgia, já que eu me lembrava muito pouco do filme.

Temos uma arma interessante, o Glaive, na versão brasileira traduzido como Gládio que só pode ser usada na hora certa. Me lembra aquelas armas ou mesmo o robô gigante típico dos seriados japoneses de super-sentai que eles só usam no final. A arma é uma espécie de estrela-bumerangue de 5 lâminas retráteis que pode ser controlada meio que por telecinésia pelo dono

Colwyn com o Glaive Rapaz, como não se cortar com isso?

Além disso temos uma ótima trupe de coadjuvantes, como uma espécie de mago-druida bem mal-humorado e meio inepto. Um ciclope, que não teria feito menos em “Furia de Titãs”, uma trupe de animados ladrões, um deles um tal de Liam Neeson. Todos muito animados e com alívios cômicos. E como dita a misoginia da época, não há mulheres. Alias, elas só causam problemas, como a viuva negra e a aldeã tomada pela besta para matar Colwyn.

Os efeitos especiais, apesar de datados, ainda divertem. Muita coisa foi claramente filmada em um soundstage e algumas truques de câmera são bem pouco convincentes, mas a maquiagem e os efeitos práticos são ótimos. Temos aqui a volta de um clássico dessa época, a temida areia movediça que povoou os pesadelos de muitas crianças depois de “História sem fim”

Areia movediça a clássica cena da areia movediça!

Enfim, apesar de não ter conseguido acompanhar os ótimos comentários do monsterdon em tempo real com o filme, ainda assim foi uma experiência muito divertida. E apesar do final “e viveram felizes para sempre”, basta dizer que o grupo que restou no final foi bem reduzido, e que não pouparam matar integrantes do grupo dos heróis.

Pontos altos

  • um filme realmente divertido
  • uma arma interessante
  • bons efeitos práticos e maquiagem

Pontos fracos

  • Alguns personagens são irritantemente canastrões
  • praticamente não há personagens femininas
  • Efeitos visuais datados podem desagradar alguns

Uma boa diversão da safra de 1983

Krull tem 52% no pipocometro do Rotten Tomatoes Artigo do filme na Wikipedia

#monsterdon #krull #filme

Poucos filmes são tão dignos do título rídiculo desse post quanto Laserblast, um daqueles filmes que deve ter sido um clássico a tarde em algum canal esquecido da TV, se é que alguém se deu ao trabalho de dubla-lo. Provavelmente alguém teve, pois ele tem o pouco inspirado nome de Alienígenas na Terra.

—==SPOILERS==—

O filme, cujos os primeiros diálogos só começam lá pelos 10 minutos de filme é sobre uma espécie de arma laser que só atira se o seu usuários também estiver usando um colar alienígena bem brega. Aparentemente o tal colar é uma bateria ou coisa que o valha. Após derrotar uma espécie e zumbi, uns alienígenas que mais parecem tartarugas sem casco acabam indo embora e deixando a arma para trás.

uma tartaruga alienígena sem casco atrás de uma estrutura metálica segurando uma arma Que tartaruga ninja o que? O meu nome é Zé Alien!

A arma é encontrada por um adolescente incapaz de usar uma camisa sem que esteja aberta. Para sua infelicidade, ao usar a arma e o colar ele também acaba se tornando uma espécie de zumbi de cara verde, que ataca seus desafetos durante a noite.

Obviamente ele não é o único atrás da arma, também temos alguma espécie de agente governamental, cujo o trabalho e desfilar com ternos e pasta, sem parecer estar fazendo nada muito específico.

O filme é terrível em quase todos os apectos possíveis. Temos péssimos efeitos especiais, péssimos personagens, péssima trama e péssimos atores. Felizmente, os diálogos são relativamente escarços, mas igualmente insignificantes durante o decurso do filme. Eu me pergunto qual foi o pitch utilizado para financiar uma coisa dessas

um adolescente caminha em uma estrada de terra, cercada por uma vegetação de arbustos com uma estranha arma encaixada no braço Graaaah

Perto do fim, nosso protagonista de peito desnudo inicia uma sessão de destruição da cidade (o que é estranho, pois antes o cenário era basicamente deserto. Imagino que devam ter reaproveitado algum cenário que estava dando sopa nos classificados) com seu laser, acompanhado de algo que só pode ser chamado de dança contemporãnea, já que a cada disparo ele inicia uma sequencia de remelexos e sacudidelas.

No fim, o mundo é salvo pelas misteriosas tartarugas em casco, enquanto a namorada tenta restaurar o caído protagonista, acompanhando pelo bacana de terno do governo, do qual nunca sabemos qual serão as verdadeiras intenções. Curto histórias que deixam o final aberto, deixando ao espectador decidir e imaginar o destino dos personagens. Não é o caso nesse filme, parece que o diretor simplesmente gritou “corta” e o editor encaixou os créditos, antes que tivesse que lidar com esse desastre mais uma vez.

Pontos altos

  • Não é um filme longo
  • o chefe das tartarugas espaciais tem um belo amuleto de fazer inveja a qualquer rapper

    Pontos baixos

  • Uau, se eu fosse fazer essa lista, o que eu esqueceria de elencar? Coloque o filme inteiro aqui!

Enfim, assista com um grupo de amigos para zoar, é a unica forma de aproveitar esse filme

Laserblast tem 15% no popcorn meter do Rotten Tomatoes

Assista Laserblast no Internet Archive

#monsterdon #laserblast

Na minha família, já tem alguns anos adotamos a prática de fazer um amigo-oculto de desapegos, e num misto de casas muito entulhadas, dificuldades financeiras, filhos e sobrinhos para presentear, acabamos trazendo a prática que já tinhamos entre amigos para a família. Com mais regras, claro. Ninguém queria receber uma lata de cerveja vencida (como já ocorreu entre o antigo evento que faziamos com os amigos. Talvez por isso ele não ocorra mais).

Enfim, em um destes natais fui presentado pelo meu irmão com Pequenos incêdios por toda a parte de Celeste Ng. Apesar da recomendação deste irmão que havia colocado o livro para jogo, foi uma leitura que adiei por um tempo, em parte por realmente ter perdido a prática da leitura, em parte por estar usando todo o tempo de leitura que eu dispunha (não é muito quando se tem três filhos, a mais velha recém na pré-aborrêcencia) a ler os livros do querido Pedro Oli.

Depois de o livro ficar me provocando durante esse tempo de estante, resolvi finalmente lê-lo, até porque já estava ficando de olho para coloca-lo para rodar em um natal próximo. Então, com alguma motivação iniciei a leitura junto com o ano novo.

Capa de "Pequenos incêdios por toda a parte" de Celeste Ng

Admito que demorei a engatar. A história, sobre a qual pretendo falar o mínimo para não soltar spoilers é sobre duas mães e suas respectivas famílias morando em um daqueles subúrbios americanos de classe média alta que só o excesso de TV nos fez conhecer. A medida que a história se desenrola ali em meados dos anos 90, com aquelas limitações que tinhamos até então, uma vida antes de smartphones e internet, vamos acompanhando como os dois mundos diferentes dessas mães vão acabar se colidindo.

Sinceramente, achei o inicio a história bem lento, e continuei a leitura pela profunda necessidade de terminar de ler, de tentar deixar aquilo para trás. demorou um pouco mas acabei sendo lentamente fisgado pela história, o que dá um paralelo interessante de que a medida que as famílias iam interagindo e se embolando ia aumentando o meu interesse nessa história.

Acabei de termina-lo e realmente gostei muito. Apesar do inicio lento, o final foi ágil, e deixa algumas coisas no ar para o leitor resolver. Gosto desses finais abertos. A vida no final das contas é assim né? A gente começa a acompanha-la de um determinado ponto e temos ali uma estreita imagem de como as coisas realmente acontecem, pelo menos para a maioria de nós. Os teóricos do conspiracionismo alien-iluminati-reptiliano que fiquem a vontade de discordar.

Não foi um livro perfeito, eu mesmo acho que algumas coisas não me pareceram muito reais, mas foi uma leitura agradável, especialmente da metade para o final, como já citei. Dá um gostinho de “quero mais” de saber mais um pouco o que aconteceu com todos os personagens no final.

Achei interessante que foi uma história especialmente feminina, não exatamente de maternidade em sí, apesar do protagonismo principal das duas mães, mas da multiplicidade de personagens femininas. Sendo homem é sempre bom ter uma visão desse universo que não conhecemos o bastante, não importa o esforço.

Escrevendo essas toscas linhas, me dei conta de que o livro foi uma minissérie em algum streaming. Talvez valha a pena assistir um dia, ou talvez o ideal seja ficar com as imagens mentais que a minha cabeça fez do livro. Em todo caso, é uma leitura recomendada, caso tenha a oportunidade de topar com ela por aí, quem sabe num amigo-oculto de desapego

#leitura #PequenosIncendiosPorTodaAParte #CelesteNg #opiniao #livros

No ultimo #monsterdon assistimos mais um filme britânico de terror dos anos 50/60. Depois das experiências de assistir filmes como “Devil Girl from Mars” e “Stranger from Venus” eu meio que me acostumei a esperar filmes lentos e em que o monstro demora a aparecer. “Cat Girl” não é exceção a regra, infelizmente. Como de costume, fica o alerta de spoilers daqui pra frente. Neste filme, a protagonista (Leonora) volta para a casa ancestral de sua infância, onde seu tio mora para receber sua herança, o que incluí uma maldição, ser possuida pelo espirito de um leopardo.

Como é que é o negócio?

Pois é, dinheiro, uma bela casinha, muitas bugigangas e ser possuído por um grande gato, o pacote completo. Eu me pergunto porque uma família ancestral inglesa seria possuida pelo espirito de um leopardo. Não me lembro, mas acho que esse animal não seja nativo das ilhas britânicas. Vai ver foi algum item ~roubado~ adquirido para fins de pesquisa arqueológica da mãos de nativos barbáros que tenha trazido de bônus essa maldição.

Enfim, Leonora é acompanhanda por uma entourage que incluí seu marido, que a traí com a melhor amiga, e mais um cara, que eu não sei se é corno da melhor amiga, mas que é um baita beberrão que adora um piano. Felizmente, assim que Leonora adquire sua maldição, um das primeiras vítimas é o marido.

Leonora mãos de pantera Aparentemente, isso era para serem mãos humanas se transformando em patas de leopardo. Só nos anos 80 vamos ter algo como manimal

A partir daí, quando a gente se empolga com esse primeiro ataque e belas cenas do leopardo, a coisa anda devagar. Leonora é apaixonada por um psiquiatra, amigo de infância que já está em um casamento, e que tem um método de tratamento psiquiatrico invejável. Ele sacode a pobre Leonora, talvez na esperança de que seus supostos problemas psiquiatricos de estar se achando possuída por um espirito felino possam ser afastados com algumas sacudidelas e um eventual tapa. Enfim, a misoginia do fim dos anos 50.

Leonora e um passaro na gaiola Leonora, comer o pet dos anfitriões pode tornar você mal-vista na rígida sociedade britânica

Após seu “amigão” psiquiatra sugerir uma internação no manicômio, onde temos uma sensacional cena de transformação, que ~faria inveja~ com direito a uma quase fantasia furry de pantera (peraí, não era espirito de leopardo?) Leonora é convencida pelo mesmo para ficar na casa dele, vivendo em Londrees em companhia dele e sua esposa.

Obviamente, Leonora nesse ponto já abraçou a maldição e resolve, por que não?Matar a esposa do amigo, que ela sente ser uma rival. Não vou me dar ao trabalho de explicar o filme tim-tim-por-tim-tim, acredito que voce também deve passar por esse saudável sofrimento, como eu, mas posso dizer que em quesito de filme, já tive cochilos na rede mais animados.

Enfim, não restou muito o que dilapidar nesse filme, então vamos as conclusões

Pontos altos

  • Um belo figurino
  • Dá pra notar a mudança na protagonista, conforme ela aceita a sua maldição

Pontos baixos

  • Lento. É como se o tempo tivesse pés de chumbo e andasse engatinhando
  • A misoginia reina solta

Cat Girl tem 14% no popcorn meter do rotten tomatoes

#monsterdon #CatGirl

Recentemente perdi meu servidor principal de casa. Os discos do pool zroot estavam ruins, e quando fui trocar um, puf, a máquina parou de dar boot. Retornar os discos anteriores não dava muito resultado, já que a máquina ficava trava em erros de discos. Acho que consegui uma falha em ambos os discos do pool zroot, parabéns para mim.

Esperançoso que o pool onde realmente estão os dados estava intacto, comecei a tarefa de tentar recuperar tudo. Felizmente, dada situações pregressas, eu tinha pelo menos alguma idéia de quais os discos realmente estavam envolvidos no pool que queria recuperar.

Desde o meu post anterior sobre zfs, comecei a usar a boa prática de adicionar os discos pelo seu número serial, conforme estão em /dev/disk/by-uuid em vez de usar os clássicos /dev/sdX ou coisa assim, que as vezes mudam a qual disco se referem. Pelo menos comigo, aconteceu mais de uma vez.

Enfim, após reinstalar o sistema em um disco a parte (resolvi por enquanto abandonar a idéia de ter o root em zfs) começa o trabalho de descobrir quais discos fazem parte do pool e remonta-lo Após preparar o novo sistema para o zfs e adicionar alguns discos do pool antigo, um simples zpool import começou a me encher de esperança

  pool: dados
     id: 1176411848024315794
  state: DEGRADED
status: The pool was last accessed by another system.
 action: The pool can be imported despite missing or damaged devices.  The
	fault tolerance of the pool may be compromised if imported.
   see: https://openzfs.github.io/openzfs-docs/msg/ZFS-8000-EY
 config:

	dados                          DEGRADED
	  raidz1-0                     DEGRADED
	    ata-ST32000644NS_9WM7LQT3  ONLINE
	    ata-ST32000644NS_9WM7N07E  UNAVAIL
	    wwn-0x5000cca224c5ea5c     ONLINE

Otimo, o pool estava lá. Com um disco a menos, mas estava lá. A partir daí, um zpool import dados -f fez o trabalho de deixar o pool disponível.

agora, para substituição do disco ausente, coloquei o pool offline com zpool offline dados ata-ST32000644NS_9WM7N07E e depois um zpool replace dados ata-ST32000644NS_9WM7N07E /dev/disk/by-id/ata-ST32000644NS_9WM7KY7S como sempre, tomando cuidado para usar o /dev/by-id para evitar que os discos se movimentem para um outro /dev/sdX em alguma manipulação futura dos cabos.

dessa forma, só bastou fazer um zfs mount -a e pronto, os datasets estavam montados e disponíveis.

Agora é configurar snapshots e backups para não precisar contar com a sorte no próximo incidente :)

#zfs #debian #recovery

Não, esse não é um título do extinto Notícias Populares ou de algum outro tablóide de pseudo-notícias, mas é o meu sucinto resumo para o filme de ontem do monsterdon: “Yeti: Gigante do Século 20”. Este sim, de fato uma produção global: Filme italiano, filmado no Canadá, (mal) dublado em inglês e, no meu caso, com legendas em português.

Poster do filme

Como sempre, fica o aviso de que vão haver spoilers apesar de estarmos falando de um filme de 1977.

Em fim, o filme conta a história de uma expedição patrocinada por um magnata bonachão (talvez o precursos de bilionários) que financia uma expedição para estudar uma criatura humanoide gigante encontrada congelada em um bloco de gelo.

E ainda não chegamos na parte pseudo-científica ainda! A criatura, chamada de Yeti pelo professor que chefia a expedição é encontrada em um bloco de gelo na costa ártica do Canadá. É tomado todo o cuidado para reviver a criatura, que segundo o professor está acostumada a um clima mais próximo do Himalaia. O Engraçado é que pra uma expedição científica a um bocado de gente avulsa participando.

Acompanhando o professor, temos os irmãos Herbie e Jane, criados pelo avô ou tio milionário (confesso que não prestei tanta atenção nessa relação de parentalidade). Herbie se tornou mudo após ficarem orfãos, e, por incrível que pareça, ele realmente não recupera a voz em momento algum do filme. Eu achava que isso ia ser um baita Pistola de Chekhov. Sei lá, talvez o ator fosse mudo mesmo ou tenham esquecido isso durante a produção...

nas mãos do Yeti

A partir daí temos um espetáculo de efeitos especiais práticos, que certamente foram inspirados em muitos filmes de Godzilla. Desde o simpático helicoptero de brinquedo de controle remoto, trechos com velocidade aumentada ou mesmo revertidos, péssimas pinturas matte em cenários e uma roupa peluda. O maior destaque é para o mamilo inflável do Yeti

mamilo vazio

mamilo cheio

O Yeti é realmente a estrela do filme, desde os rugidos raivosos a cara de inocente, as viradas para olhar para trás à lá garota coppertone e até a incrivel cuspida mágica, que revive a Lassie genérica do filme (o que melhorou um pouco minha opinião sobre o filme, já que a violência gratuita que o animal sofreu de um vilão foi revoltante). Inclusive, o Yeti deve ser uma criatura realmente mágica, pois o tamanho dele é inconsistente durante todo o filme. As vezes parece tão grande quanto o King Kong, as vezes consegue ficar de pé dentro de um armazem. Tudo bem, é tudo grande, mas é surpreendente como esse gigante peludo consegue rapidamente se esconder quando o roteiro assim torna necessário.

![yeti com olhar perdido] (https://media.hachyderm.io/cache/media_attachments/files/114/175/472/896/611/079/original/082a13733f0741e7.png) “Yeti ou Jesus?”

E como não bastasse a trilha sonora que varia entre o grandioso (teve até uma música original “Yeti”, cantada pelo grupo “Os Yetians”), ao mediocre, beirando o soft-porn, o que combina com vários takes em que mostram o Yeti de costas, com as pernas abertas, em que ele parece querer chocar a tradicional família franco-canadense com suas peludas partes pudendas.

yeti posa coppertone “Só faltou o cachorro puxando a sunga de texugo” Enfim, no quesito filme horroroso, é diversão garantida

Pontos altos

  • Mamilos do Yeti;
  • A atriz principal é realmente bonita;
  • Filme leve e divertido;

Pontos baixos

  • Qual é a dos vilões?
  • Trilha sonora sofrível;
  • Policia de Toronto só tem dois carros amarelos, suspeito que sejam taxis reaproveitados;
  • Podem se decidir em qual a altura do Yeti?

carro de polícia amarelo “Para servir e proteger, com o taximetro rodando!”

Yeti no IMDB 19% no popcorn meter do Rotten Tomatoes

#monsterdon #Yeti