Sei lá e pans

O título diz tudo.

Pois é, Frogs foi o filme de ontem do #monsterdon, que experiência. O filme inicia com um muitíssimo jovem Sam Elliot fotografando de canoa diversos animais em um lago, até ser praticamente “atropelado” por um casal de irmãos em uma lancha. Devo admitir que o velho Sam Elliot parece muito melho rhoje com seus bastos cabelo e bigodes brancos. Mas a voz característica já está ali.

Sam Elliot remando seu barquinho Sam Elliot remando seu barquinho

Dali conhecemos a família dos irmãos, que estão hospedados na casa do ricaço avô junto com um conjunto sortido de parentes e empregados. Nada muito promissor. O filme é lento, entremeado por por cenas com rãs e sapos que parecem ser material reaproveitado de algum documentário sobre repteis e anfíbios. Até a primeira morte passa-se uma lenta meia hora de filme. E não é como se estivesse ocorrendo um grande suspense, no terço final do filme, coadjuvantes desinteressantes vão morrendo das formas mais sem sentido possíveis, como o moleque que atira na própria perna, se enrosca em folhas de árvores é é atacado por diversas aranhas, ou a senhora caçadora de borboletas que afunda em um charco e é atacada por cobras. A única coisa realmente assustadora é o cara que é atacado por crocodilos, apesar de ele e o crocodilo rolarem muito na lama, como se estivessem curtindo.

Por favor, me levem daqui Minha carreira acaba aqui.

O filme tem um vibe ecológica, de que a natureza foi tão atacada pelo ricaço que está tentando dar o troco nele, mas a coisa é lenta e sem graça. Levando em conta o que Hitchcock fez com Passáros, fico curioso pra ver o que ele ia conseguir sacar daqui.

Pelo menos os ultimos dez minutos de filme conseguem dar alguma emoção com o mocinho, mocinha e crianças tentando escapar daquela área deserta e abandonada, sem sinais de outras pessoas vivas, e o vilão morrendo atacado por rãs (de fato, o único assassinato provocado pelos batráquios que dão nome ao filme). Não dá pra ter certeza de que o vilão realmente morreu, mas ele fica lá na casa dele coberto por rãs, o que me parece uma forma muito indigna de se morrer. Seria legal se tivesse uma rã mudante antropomórfica correndo atrás dos coadjuvantes com sede de sangue, mas acho que foi pedir demais para o módico orçamento desse filme.

Pontos altos: * Sam Elliot molhando o peito cabeludo na água * Crocodilos! * Moda anos 70

Pontos baixos: * Longo, lento e modorrento * Os sapos de fato não matam ninguém (apesar de parecerem suspeitamente conspiradores) * Muito material reaproveitado de documentários

#monsterdon #frogs1972

Esses dias mexendo com o pool ZFS na minha máquina, notei algo. De vez enquando, alguns HDs dão problema (sou quebrado, então são reaproveitados de discos descomissionados que iriam ser descartados). Normalmente bastaria fazer um zpool replace <nome do pool>/dev/<disco ruim> /dev/<disco novo>. Perfeito, tudo muito simples, mas tem um detalhe... E quando você não sabe o disco que quer substituir? Eu explico, obviamente, você quer trocar o disco defeituoso, mas nem sempre as informações do zpool status são tão claras quanto eu gostaria.

Por exemplo, olhe isso aqui:

  pool: dados
 state: DEGRADED
status: One or more devices is currently being resilvered.  The pool will
	continue to function, possibly in a degraded state.
action: Wait for the resilver to complete.
  scan: resilver in progress since Wed Feb 19 11:27:10 2025
	389G scanned at 862M/s, 34.8G issued at 77.2M/s, 389G total
	34.8G resilvered, 8.96% done, 01:18:15 to go
config:

	NAME                             STATE     READ WRITE CKSUM
	dados                            DEGRADED     0     0     0
	  mirror-0                       DEGRADED     0     0     0
	    replacing-0                  DEGRADED     0     0     0
	      16849396304634906415       UNAVAIL      0     0     0  was /dev/sda1
	      ata-ST32000644NS_9WM5X8TR  ONLINE       0     0     0  (resilvering)
	    sdb                          ONLINE       0     0     0

errors: No known data errors

Nesse caso, temos esse disco com esse identificador “16849396304634906415”. Como saber no fim das contas, qual disco é esse? Ele já foi /dev/sda1, mas como o meu lsblk mostra:

# lsblk 
NAME   MAJ:MIN RM   SIZE RO TYPE MOUNTPOINTS
sda      8:0    0 111,8G  0 disk 
sdb      8:16   0   1,8T  0 disk 
├─sdb1   8:17   0   1,8T  0 part 
└─sdb9   8:25   0     8M  0 part 
sdc      8:32   0 223,6G  0 disk 
├─sdc1   8:33   0   512M  0 part /boot/efi
├─sdc2   8:34   0 222,1G  0 part /
└─sdc3   8:35   0   976M  0 part [SWAP]
sdd      8:48   0   1,8T  0 disk 
├─sdd1   8:49   0   1,8T  0 part 
└─sdd9   8:57   0     8M  0 part 
sde      8:64   1     0B  0 disk

esse não é necessáriamente mais o caso, visto que meu pool usa discos de 1.8TB e o atual /dev/sda tem apenas 111,8GB.

Não me pergunte porque, mas essas coisas acontecem. Em todo caso, decidi tomar um novo caminho, a partir de agora, faço os pools a a partir que consta em /dev/disk/by-id

# ls -l /dev/disk/by-id/
total 0
lrwxrwxrwx 1 root root  9 fev 19 11:07 ata-KINGSTON_SUV300S37A240G_50026B72630171DA -> ../../sdc
lrwxrwxrwx 1 root root 10 fev 19 11:07 ata-KINGSTON_SUV300S37A240G_50026B72630171DA-part1 -> ../../sdc1
lrwxrwxrwx 1 root root 10 fev 19 11:07 ata-KINGSTON_SUV300S37A240G_50026B72630171DA-part2 -> ../../sdc2
lrwxrwxrwx 1 root root 10 fev 19 11:07 ata-KINGSTON_SUV300S37A240G_50026B72630171DA-part3 -> ../../sdc3
lrwxrwxrwx 1 root root  9 fev 19 11:07 ata-SATA_SSD_181210101001015 -> ../../sda
lrwxrwxrwx 1 root root  9 fev 19 11:27 ata-ST32000644NS_9WM5X8TR -> ../../sdd
lrwxrwxrwx 1 root root 10 fev 19 11:27 ata-ST32000644NS_9WM5X8TR-part1 -> ../../sdd1
lrwxrwxrwx 1 root root 10 fev 19 11:27 ata-ST32000644NS_9WM5X8TR-part9 -> ../../sdd9
lrwxrwxrwx 1 root root  9 fev 19 11:07 ata-ST32000644NS_9WM7KRXX -> ../../sdb
lrwxrwxrwx 1 root root 10 fev 19 11:07 ata-ST32000644NS_9WM7KRXX-part1 -> ../../sdb1
lrwxrwxrwx 1 root root 10 fev 19 11:07 ata-ST32000644NS_9WM7KRXX-part9 -> ../../sdb9
lrwxrwxrwx 1 root root  9 fev 19 11:07 usb-Multiple_Card_Reader_058F63666485-0:0 -> ../../sde
lrwxrwxrwx 1 root root  9 fev 19 11:07 wwn-0x5000000000000000 -> ../../sda
lrwxrwxrwx 1 root root  9 fev 19 11:27 wwn-0x5000c500353451fe -> ../../sdd
lrwxrwxrwx 1 root root 10 fev 19 11:27 wwn-0x5000c500353451fe-part1 -> ../../sdd1
lrwxrwxrwx 1 root root 10 fev 19 11:27 wwn-0x5000c500353451fe-part9 -> ../../sdd9
lrwxrwxrwx 1 root root  9 fev 19 11:07 wwn-0x5000c5003ec2f9c0 -> ../../sdb
lrwxrwxrwx 1 root root 10 fev 19 11:07 wwn-0x5000c5003ec2f9c0-part1 -> ../../sdb1
lrwxrwxrwx 1 root root 10 fev 19 11:07 wwn-0x5000c5003ec2f9c0-part9 -> ../../sdb9

Não que seja a coisa mais compreensível do mundo, mas pelo menos aí você pode usar o serial do disco (que normalmente vem estampado na etiqueta) para identificar qual disco você precisa trocar quando o seu pool der pau, aí fica muito mais simples. No meu caso, rodei: zpool replace dados 16849396304634906415 /dev/disk/by-id/ata-ST32000644NS_9WM5X8TR

e já sei que o disco 9wm5x8tr substitui o anterior que deu pau. Futuramente, pretendo adotar essa prática também para quando for criar um novo pool, ai evito essa incerteza de que, quando eventualmente o disco der pau (e vai dar) eu consigo saber qual devo trocar.

#zfs #debian

Ontem assistimos “Mestres do Universo” pelo #monsterdon. E se você tem mais de 30 anos, sabe que estou falando da versão live action de He-Man, com Dolph Lundgren, com um penteado no melhor estilo “Chitãozinho e Xororó” intepretando o heróis dos brinquedos e desenho animado.

Alias, como alguém apontou durante o filme, é curioso que o caminho trilhado por He-Man seja brinquedo –> quadrinhos –> desenho –> filme no cinema. Não que seja algo completamente incomum. Pelo menos Transformers seguiu pela mesma fórmula, mas é o caminho inverso de coisas tipo Guerra nas Estrelas (sim, sou desse tempo), etc.

Enfim, voltando ao assunto, o filme é sofrível. Dolph Lundgreen é mais conhecido pelo papel do lutador russo em algum filme do Rocky (desculpe, mas não sou profundo conhecedor dessa franquia) não é o mais verborrágico dos atores. Minha feliz escolha foi pegar a versão dublada pra assistir, cortesia do YouTube, que tem algumas vozes que eram originalmente do desenho e me pouparam um pouco da tosquisse. Vou poupa-los de falar sobre a trama, dando mais as minhas impressões ao reassistir esse “crássico”.

Os efeitos especiais, assim como o roteiro são bem simples. Pelo menos a maquiagem e alguns efeitos práticos são bem bacanas. Já o Esqueleto deixa a desejar. Como alguém disse, tinha muita carne naquele cara. Limitações da época, como o fato de substituirem o Gorpo por uma espécie de gnomo. Ambos falham em ser um alívio cômico, mas com certeza é mais fácil fantasiar um anão do que fazê-lo voar por aí e ter um rosto basicamente composto de olhos e cachecol. De fato, algumas coisas só funcionam em desenho animado, ainda mais na época.

Um Dolph Lundgreen vestido de He-Man ergue sua espada para cima, atrás dele há a silhueta do que parece ser um castelo de Grayskull muito diferente dos desenhos

Acho que o que fica de melhor no filme é a parte feminina, e não me refiro a namorada do mocinho, a Mônica de “Friends” que nessa época ainda era garçonete de um restaurante. Curiosamente, a Cristina Pickes, que faz a mãe dela em “Friends” tem um bico de Feiticeira nesse filme.

Gosto muito dessa versão da Teela do filme. Ela é mas cabeça-quente arrojada que nos quadrinhos, e com um figurino melhor, ainda que um collant de corpo inteiro não seja uma grande melhoria ao maiô original. A impulsividade que a atriz deu a personagem a torna mais divertida diante da pasmaceira com a qual Dolph Lundgreen solta suas falas e seu manejo simplório da espada. Fazendo um pequeno desvio aqui, me surpreende desde a primeira vez que assisti o quão pouco He-Man utiliza a sua espada, dando preferência as armas lasers.

Maligna também é um ponto positivo, apesar do figurino um tanto espalhafatoso, é uma boa adaptação da versão dos desenhos. É delicioso que no final (desculpe, não vou poupa-los de spoilers de um filme de 38 anos de idade), ao ver que a casa va cair pro lado do Esqueleto ela habilmente se manda antes do fim. Talvez os produtores quisessem deixar um gancho para uma continuação? Talvez os roteiristas só estivessem sendo fieis a personagem? Sei lá, mas curti.

Maligna ergue um misterioso instrumento, cercada por seus lacaios em um ferro velho na terra

E temos também o que é praticamente um desfile carnavalesco quando Esqueleto vem a Terra buscar He-Man, com direito a abre-alas e um belo carro alegórico. Isso na Sapucaí teria sido um grande sucesso. Fica a dica ai para os carnavalescos já começarem a negociar com a Hasbro.

Pontos positivos – Boa caracterização das personagens femininas – Efeitos de maquiagem bem razoáveis, levando em conta a época

Pontos negativos – Dolph Lundgreen em cosplay sem camisa de cantor sertanejo – Esquelo “Diva Dourada”

Ontem finalmente peguei um filme no #monsterdon que não consegui assistir até o final. Antes de mais nada, vamos tentar explicar o que é o #monsterdon. Todo o domingo as 23h (22h se o pessoal que organiza estiver em horário de verão) acontece este evento. A gente se reune e assiste um filme de monstros, com todo mundo iniciando ao mesmo tempo e postamos os comentários no mastodon sob #monsterdon. Maiores explicações podem ser obtidas em https://wiki.neuromatch.social/Monsterdon. Tem sido bem divertido participar disso com o pessoal lá no mastodon desde o inicio de 2024. Normalmente os filmes são sofríveis, daquele tipo “tão ruins que acabam ficando bons”, tipo “A Invasão das Aranhas Gigantes” de 1975 ou “Cadaver Atômico” de 1955. Alguns são clássicos como os filmes de Godzilla, ou pura chacota como “Mercenários das Galáxias” de 1980 e sua sensual e ardente nave com seios. Alguns poucos são genuinamente assustadores, como 'Nosferatu” de 1979 e o “Homem de Palha”, de 1973, isso só para citar algumas das obras que assisti e dei boas risadas com a galera. Mas nossa, o ultimo filme foi terrível. Levando em conta que escolhemos os filmes com votação, brinquei que essa foi a prova de que a democracia não funciona :D A obra em questão “A Invasão das Criaturas Estrelas”, de 1962 tem a proposta de ser uma cómedia em preto e branco, com varias piadas físicas e uma verborragia inspirada em irmãos Marx. O enredo é envolta de dois ineptos recrutas do exercíto americano (ah, a ironia) chefiados por um igualmente inepto coronel e seus oficiais enquanto investigam uma caverna, que se descobre habitada por homens planta (no que deve ter sido uma das fantasias de monstros mais ineptas do cinema) chefiadas por duas voluptuosas alienigenas usando algo que se assemelha a um bikini dos anos 50. Até a parte que consegui ver, estava recheado de piadas misóginas (na verdade, quase todos esses filmes tem uma grande dose de misoginia, como os produtos de seu tempo) e números de fuga que remetem a episódios do Scooby Doo. Como um grande fã de comédias, esse filme peca em um ponto fundamental para as comédias: não é engraçado. Espero que esse pequeno relato não lhe afaste de nosso evento dominical. Normalmente ele é bem divertido, especialmente pelos comentários. Recomendo que acompanhe!