Mestres do universo
Ontem assistimos “Mestres do Universo” pelo #monsterdon. E se você tem mais de 30 anos, sabe que estou falando da versão live action de He-Man, com Dolph Lundgren, com um penteado no melhor estilo “Chitãozinho e Xororó” intepretando o heróis dos brinquedos e desenho animado.
Alias, como alguém apontou durante o filme, é curioso que o caminho trilhado por He-Man seja brinquedo –> quadrinhos –> desenho –> filme no cinema. Não que seja algo completamente incomum. Pelo menos Transformers seguiu pela mesma fórmula, mas é o caminho inverso de coisas tipo Guerra nas Estrelas (sim, sou desse tempo), etc.
Enfim, voltando ao assunto, o filme é sofrível. Dolph Lundgreen é mais conhecido pelo papel do lutador russo em algum filme do Rocky (desculpe, mas não sou profundo conhecedor dessa franquia) não é o mais verborrágico dos atores. Minha feliz escolha foi pegar a versão dublada pra assistir, cortesia do YouTube, que tem algumas vozes que eram originalmente do desenho e me pouparam um pouco da tosquisse. Vou poupa-los de falar sobre a trama, dando mais as minhas impressões ao reassistir esse “crássico”.
Os efeitos especiais, assim como o roteiro são bem simples. Pelo menos a maquiagem e alguns efeitos práticos são bem bacanas. Já o Esqueleto deixa a desejar. Como alguém disse, tinha muita carne naquele cara. Limitações da época, como o fato de substituirem o Gorpo por uma espécie de gnomo. Ambos falham em ser um alívio cômico, mas com certeza é mais fácil fantasiar um anão do que fazê-lo voar por aí e ter um rosto basicamente composto de olhos e cachecol. De fato, algumas coisas só funcionam em desenho animado, ainda mais na época.
Acho que o que fica de melhor no filme é a parte feminina, e não me refiro a namorada do mocinho, a Mônica de “Friends” que nessa época ainda era garçonete de um restaurante. Curiosamente, a Cristina Pickes, que faz a mãe dela em “Friends” tem um bico de Feiticeira nesse filme.
Gosto muito dessa versão da Teela do filme. Ela é mas cabeça-quente arrojada que nos quadrinhos, e com um figurino melhor, ainda que um collant de corpo inteiro não seja uma grande melhoria ao maiô original. A impulsividade que a atriz deu a personagem a torna mais divertida diante da pasmaceira com a qual Dolph Lundgreen solta suas falas e seu manejo simplório da espada. Fazendo um pequeno desvio aqui, me surpreende desde a primeira vez que assisti o quão pouco He-Man utiliza a sua espada, dando preferência as armas lasers.
Maligna também é um ponto positivo, apesar do figurino um tanto espalhafatoso, é uma boa adaptação da versão dos desenhos. É delicioso que no final (desculpe, não vou poupa-los de spoilers de um filme de 38 anos de idade), ao ver que a casa va cair pro lado do Esqueleto ela habilmente se manda antes do fim. Talvez os produtores quisessem deixar um gancho para uma continuação? Talvez os roteiristas só estivessem sendo fieis a personagem? Sei lá, mas curti.
E temos também o que é praticamente um desfile carnavalesco quando Esqueleto vem a Terra buscar He-Man, com direito a abre-alas e um belo carro alegórico. Isso na Sapucaí teria sido um grande sucesso. Fica a dica ai para os carnavalescos já começarem a negociar com a Hasbro.
Pontos positivos – Boa caracterização das personagens femininas – Efeitos de maquiagem bem razoáveis, levando em conta a época
Pontos negativos – Dolph Lundgreen em cosplay sem camisa de cantor sertanejo – Esquelo “Diva Dourada”